Comissão de Mortos e Desaparecidos vai conversar com a família do ex-presidente antes reabrir investigação sobre a morte de JK

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou nesta sexta-feira (14) que irá discutir com as famílias a possibilidade de reabertura da investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. A deliberação ocorreu durante a 3ª Reunião Ordinária do colegiado, realizada nesta data.
Durante o encontro, foi reafirmado o entendimento da Comissão de que não há prazo decadencial para a análise de fatos que possuam repercussão histórica.
Assim, o pedido de reabertura do caso de JK, protocolado logo após a reinstalação da CEMDP, segue em tramitação. A solicitação foi encaminhada por Gilberto Natalini, ex-presidente da Comissão da Verdade Municipal de São Paulo, e pelo jornalista Ivo Patarra.
A investigação preliminar do caso foi distribuída à relatora Dra. Maria Cecília Adão, que, durante a reunião desta sexta-feira, solicitou a inclusão do motorista de JK, Geraldo Ribeiro, como possível vítima da ditadura.
Dada a complexidade jurídica da questão, a comissão aprovou a designação de uma segunda relatoria, ficando o Dr. Rafaelo Abritta responsável por atuar conjuntamente na análise do caso.
Para avançar com a possível reabertura, a CEMDP estabeleceu que ambas as famílias serão consultadas oficialmente.
Somente após essas entrevistas a relatoria deverá submeter para deliberação do colegiado a admissibilidade do pedido e as eventuais diligências necessárias para aprofundamento do caso.
A morte de Juscelino Kubitschek ocorreu em 22 de agosto de 1976, na Rodovia Presidente Dutra, no trecho da cidade de Resende (RJ). O ex-presidente estava em um Chevrolet Opala, acompanhado de seu motorista, quando o veículo colidiu com um caminhão, resultando no óbito de ambos.
A investigação oficial à época apontou que a batida foi causada por uma colisão leve de um ônibus da Viação Cometa com o Opala, que teria perdido o controle. No entanto, diversas teorias e investigações independentes sugerem que o acidente poderia ter sido um atentado político.
A comissão também ressaltou que o caso JK faz parte de um contexto maior de pedidos de reconhecimento de vítimas da ditadura militar (1964-1985) que estão sendo analisados pelo colegiado.
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