Arknights: Endfield – Impressões da Beta



RPGs de Ação tem sido um gênero bastante explorado por jogos free-to-play em tempos recentes. Com o mercado se tornando progressivamente mais recheado de opções competindo pelo tempo dos jogadores, a necessidade de inovar e criar novos elementos que consigam nos manter engajados é cada vez maior. Afinal, o tempo dos jogadores é uma moeda preciosíssima e bastante influente na decisão de gastar moeda real com o jogo.

Nessa área, Aknights: Endfield é um dos que vem trazendo uma das propostas mais interessantes. Construindo sobre a experiência do jogo original para mobile, o título promete não só o já esperado combate engajante, mas elementos de gerenciamento de base que, por si só, prometem trazer profundidade digna de um simulador.

Assim, quando recebemos o convite da Hypergryph para testar a beta do jogo no PC (infelizmente não estava disponível para consoles), era praticamente impossível não dedicar um (bom) tempo a ele. Especialmente considerando que, apesar de não ser a primeira vez que o jogamos, não só o jogo está em uma versão bem mais avançada de desenvolvimento, mas com mais experiência com jogos do título graças à crescente biblioteca deles no PS5, é possível ter uma opinião mais sólida sobre os erros e acertos dele.

Arknights: Endfield

O primeiro ponto que chama a atenção é a qualidade gráfica do título. Meu PC tá bem longe de ser uma máquina potente, mas o jogo é, visualmente, muito belo, independente dos cenários que você estiver visitando. Sejam as tundras geladas, os visuais verdejantes do seu Outpost ou alguns cenários de destruição que você visitará em suas missões, todos eles tem um visual muito claro e muito bonito. É uma estética que, por si só, cativa o jogador.

Cabe dizer que, por não se tratar de um jogo de mundo aberto, seguindo o estilo de um semi-mundo aberto, com zonas grandes interconectadas (pense em algo similar à Honkai: Star Rail ao invés de Genshin Impact), isso permite que o jogo funcione bem em hardwares menos poderosos. O combate em si também é visualmente bem agradável e andar pelo mapa, usando coisas como a tirolesa, é bem legal. O ponto negativo fica muito por conta da falta de outras ferramentas de exploração, como uma escalada, por exemplo, que acabam tornando a exploração do mundo menos versátil e ágil como poderia ser.

Falando sobre os sistemas principais, o grande destaque realmente fica por conta do sistema de gerenciamento de base. É surpreendente o quão rico e profundo ele é, sendo basicamente um jogo separado por si só. Alguns jogadores talvez se sintam afastados por ele, mas não deveriam. Superem suas ideias pré-concebidas sobre o que ele é ou deveria ser, e você encontrará um sistema rico no qual você poderá criar sua fábrica, produzindo recursos importantes para a sua exploração e que irão te ajudar bastante não só na melhoria dos seus personagens, mas até mesmo em combate, sendo possível criar, por exemplo, torres que atacam seus inimigos.

Arknights endfield

Cabe elogiar aqui também que a quantidade de tutoriais permite que até mesmo jogadores com zero experiência com esse tipo de sistema consiga se adaptar e montar algo bem funcional. Coloque um sistema como esses nas mãos de um jogador mais experiente e que consiga otimizar tudo e o resultado final provavelmente será algo assustador e excepcionalmente bem produtivo.

Em termos de combate, um dos principais destaques fica pelo fato de que, diferente do que tem se tornado um padrão entre gachas, muito pelas limitações (e otimizações) necessárias para plataformas mobile, aqui você não tem só um personagem por vez em tela. Pelo contrário, é possível ver toda a sua equipe em combate durante todo o tempo, algo que, pessoalmente, me agrada bastante. A depender do tempo de jogo, é bem possível (diria até provável) que você passe a se cansar com a repetitividade, muito graças à quantidade limitada de inimigos que você encontrará pelo caminho (especialmente em mobs), mas, no geral, o combate é bem legal.

Isso se dá muito pelo fato de que você consegue mapear habilidades para serem usadas de cada um dos membros da sua party, dando uma agilidade e intuitividade grande ao combate. O incômodo fica pelo fato de que os personagens acabam ficando presos na sequência de ataques determinados até usar sua habilidade suprema, te abrindo muito para ataques inimigos sem a possibilidade de cancelar um ataque com uma esquiva ou defesa. O combate em si é bem desafiador e engajante, pelo menos no começo, então é de se esperar para ver a curva de evolução do combate mais à frente contra mobs e inimigos mais poderosos.

Arknights endfield

Talvez o ponto que menos me prendeu em Arknights: Endfield foi, surpreendentemente, a história. Não que ela seja ruim ou qualquer coisa assim, só não foi tão cativante quanto eu esperava. O prólogo em si é excepcional, com ótimos diálogos e um gancho narrativo que, de fato, consegue fisgar o jogador. Durante boa parte do tempo parece que você só está andando de um lado para o outro sem realmente evoluir tanto assim. Felizmente, há uma quantidade bem legal de desenvolvimento dos personagens secundários em missões secundárias, o que ajuda a enriquecer a experiência.

É possível que a narrativa se torne mais engajante ao avançar mais na história, mas muito do tempo é gasto construindo a ambientação em si. Felizmente, isso é feito de forma muito cuidadosa e bem legal, com o jogo passando uma quantidade de tempo extensiva (e talvez até excessiva) tratando sobre eventos passados e sua influência no cenário atual. É complicado colocar isso como uma “crítica” à beta, já que foi uma decisão deliberada minha não avançar tanto assim no conteúdo e aguardar pela versão final, mas, o que eu vi foi suficiente para me deixar interessado no que vem por aí.

No geral, essa versão beta foi uma experiência bem interessante e que me deu motivos mais do que suficientes para me deixar ansioso pelo que virá no resultado final. Existem alguns ajustes interessantes que poderiam ser feitos, como um ritmo melhor para a narrativa ou mais ferramentas durante a exploração mas, no geral, é um título que promete ser muito bom e que mal posso esperar para ver o resultado final.

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