Empresa busca habilitação do hidrogênio verde para leilão de energia

A Nexblue Energia busca a habilitação para participar do leilão de reserva de capacidade de energia que está marcado para o final de junho de 2025. O plano da companhia é inscrever suas plantas de hidrogênio verde no certame e competir com as térmicas a gás. A empresa tem até 14 de fevereiro para conseguir um parecer favorável da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e participar do leilão.

Ao Poder360, o CEO da Nexblue, Nelson Silveira, 66 anos, declarou que os parques a hidrogênio verde têm condições de serem competitivos ante as térmicas a gás pois as usinas são capazes de produzir o hidrogênio a partir da eletrólise –processo que usa energia elétrica para provocar uma reação química– com painéis solares e turbinas de vento. Com isso, ficaria eliminado o custo de transporte do insumo. Segundo o executivo, os parques são pequenos e não devem interferir com a oferta do leilão.

Silveira disse que a empresa buscou sua participação no leilão desde o início do processo, mas a habilitação da tecnologia ficou “invisível” ante o grande número de contribuições. O Ministério de Minas e Energia vetou a participação de usinas a carvão, diesel e óleos pesados. A participação do hidrogênio verde, no entanto, “não ficou clara”.

“Nós fizemos a contribuição ao leilão, falando do nosso projeto e acho que isso ficou invisível pela quantidade de contribuições e o governo não considerou o hidrogênio como combustível capaz de participar. Não que ele tenha excluído, porque não excluiu, mas não ficou claro em relação a isso”, disse Silveira.

A reserva de capacidade de energia é contratada para assegurar a disponibilidade de capacidade adicional no SIN (Sistema Interligado Nacional), sobretudo em momentos de escassez ou crises no fornecimento de energia.

O leilão se dá para que o país tenha capacidade suficiente para gerar energia em momentos de alta demanda ou em situações de emergência.

Segundo o executivo, o leilão de reserva de capacidade busca parques de energia flexíveis –que podem despachar ou não energia em vez de terem que produzir constantemente – e essa é uma característica atendida pelos parques da Nexblue. Ao todo são 5 instalações espalhadas em 3 Estados: Ceará, Piauí e Maranhão. 

“A nossa planta não produz somente energia elétrica, ela também sintetiza metanol. O leilão quer flexibilidade, então a usina pode ficar produzindo metanol enquanto não despacha energia no sistema”, declarou.

Assista (18min19s):

METANOL

Silveira afirmou que a produção do metanol verde é a principal característica dos projetos da Nexblue. A companhia aposta na produção do combustível para acelerar a descarbonização do setor naval. O combustível pode ser produzido a partir do hidrogênio verde.

A IMO (Organização Marítima Internacional) definiu um cronograma para a redução de 70% das emissões do setor global naval até 2040. Nesse cenário, o metanol verde tem sido uma das principais alternativas dos operadores de frete que buscam se conformar com a decisão da entidade. As plantas da Nexblue tem uma capacidade de produção de 50.000 toneladas de metanol por ano. 

“É um combustível importante no setor naval. Muitos operadores estão mudando seus navios para navios a metanol para que você possa reduzir a carga de CO2 emitido no seu frete, porque ele não é poluente da vida marinha”, disse Silveira.

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