Hugo Motta diz que pauta da segurança pública será “a ordem do dia” na Câmara dos Deputados e fala em endurecer as leis

A segurança pública e o combate as facções criminosas deverão entrar ‘na ordem do dia’ das sessões na Câmara dos Deputados. A informação foi detalhada pelo novo presidente da casa, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM.

Como observou o ClickPB, Motta foi questionado pelo Coordenador do Gaeco na Paraíba, Octávio Paulo Neto.

O promotor do Ministério Público perguntou Motta “qual vai ser a estratégia da Câmara na questão de enfrentamento a essa singularidade que é a questão da atividade das facções tanto no ambiente político quanto no ambiente das casas e pessoas”.

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Em resposta, o presidente da Câmara dos Deputados pontuou que o assumiu “o compromisso da pauta da segurança ser uma prioridade nessa nossa gestão. O Brasil todo clama por mais segurança. Essa é a pauta, talvez do lado da saúde, que é mais cobrada pelas pessoas”, disse Hugo.

Ainda segundo o parlamentar, no país há hoje “um quadro hoje de avanço das facções criminosas em praticamente todos os estados”.

Com divisão política, país não resolve problema

Para Hugo Motta, com divisões políticas não será possível resolver a problemática e é necessário enfrentar por meio de uma ‘grande cooperação’.

Segundo o parlamentar, as facções “têm entrado, praticamente, em todas as camadas da sociedade, participando inclusive de financiamento de campanha eleitoral. Então é muito grave o cenário. E o Brasil precisa entender que com divisão nós não vamos resolver o problema da segurança”, falou.

“Tem que haver uma grande cooperação nacional entre os entes, o Governo Federal, os Governos Estaduais – que são responsáveis pelas polícias -, os municípios – porque nós temos tanto a parte da Guarda Municipal como também a parte de ressocialização, a parte de educação. Porque nós só vamos vencer essa pauta com uma educação mais forte e temos nesse acordo, primeiramente mais investimentos”, disse.

Valorização das polícias

Ao programa radiofônico da Arapuan, Hugo também citou que é necessário “valorizar mais as polícias”, por meio do investimento em inteligência e estratégia nacional, sendo também possível diálogo com as Forças Armadas, por exemplo.

“O Brasil não é produtor de droga. Toda droga que entra no Brasil, que sai daqui para outros países, que são traficadas chegam dos países vizinhos. Então nosso problema tá nas fronteiras. Trazer as Forças Armadas que podem muito bem ajudar numa discussão de estratégia de inteligência”, falou.

Política carcerária falida

Hugo Motta citou durante a entrevista que a política carcerária do país “infelizmente [é] falida”.

“É uma política infelizmente falida. Hoje os nossos presídios, estão dominados muitos por essas facções. O cara que entra ali por um pequeno delito, sai pior de dentro do presídio. Essa é a realidade do Brasil. Então essa discussão ela precisa ser feita de forma mais profunda e nós não podemos politizar esse debate”, falou.

“É uma pauta da sociedade”

Durante a entrevista o parlamentar ressaltou que a pauta da segurança pública não tem ‘lado partidário’.

“Essa discussão ela precisa ser feita de forma mais profunda e nós não podemos politizar esse debate. Porque não é uma pauta só da direita, não é uma pauta só da esquerda, é uma pauta da sociedade. E o parlamento precisa entender que, ou a gente resolve esse problema da segurança, ou trata como uma questão de estado, ou nós vamos nós próximos cinco, dez, quinze anos, presenciar um Brasil dominado por essas facções”, falou.

Hugo ainda disse considerar que as facções estão avançando de uma forma que o Estado não consegue acompanhar os níveis de organização e operações financeiras. ” Hoje você tem um grau de organização muito forte. Eles foram muito competentes nisso. E nós acabamos ficando para trás, apesar de todo o esforço”, disse.

Endurecimento de leis

Após reconhecer em sua fala as ações das polícias, o deputado federal citou que “esse esforço não está sendo suficiente para barrar” e que por isso a pauta será colocada “na ordem do dia”.

“Queremos a frente da presidência da Câmara colocar essa pauta na ordem do dia e deixar uma colaboração também com endurecimento de leis, nós precisamos mudar legislativamente, endurecer as nossas leis para poder inibir, coibir que o jovem possa entrar no crime, que ele pense duas vezes antes de se cometer crime”, continuou, como observado pelo ClickPB.

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