Governo revê cortes no BPC e busca consenso com base aliada no Congresso

A necessidade de ajustes no Benefício de Prestação Continuada (BPC) colocou o governo Lula em uma posição delicada. 

O pacote fiscal, essencial para a sustentabilidade das contas públicas, encontra resistência no Congresso, e o BPC virou o ponto central desse debate.

Entenda as alterações no BPC que o governo planeja após resistência do PT e o que isso significa para o pacote fiscal.

O que motivou a revisão do BPC?

Durante uma reunião do Diretório Nacional do PT, o plano de reformulação do BPC foi classificado como uma medida insensível

O benefício, destinado a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência, é visto como uma das principais políticas de assistência social do país. 

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As mudanças propostas, que ampliariam a base de cálculo da renda familiar para incluir parentes que não residem na mesma casa, geraram indignação entre lideranças partidárias.

Valter Pomar, membro da corrente Articulação de Esquerda, criticou duramente a proposta, chamando as alterações de “crueldades tecnocráticas”. 

A declaração ecoa a percepção de que a medida, no formato atual, afeta diretamente os mais vulneráveis.

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Qual é o impacto financeiro do BPC?

Nos últimos 12 meses, até outubro, o BPC custou aos cofres públicos R$ 110 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional. 

O valor elevado levou a equipe econômica a sugerir medidas mais rígidas para limitar os beneficiários, mas a pressão política tem forçado o governo a mudar de estratégia.

A proposta inicial focava na inclusão de novos critérios para o cálculo de renda, mas o foco agora deve ser a redução de fraudes e desvios, sem comprometer os direitos de quem realmente precisa do benefício.

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A resposta do governo e o papel do PT

José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, reconheceu a necessidade de mudanças. “As coisas não podem ficar assim”, declarou. 

Nos bastidores, a ordem é evitar que o impasse em torno do BPC comprometa a tramitação do pacote fiscal. O embate dentro do próprio PT também expôs divergências.

A corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), enfrentou resistência interna, mas conseguiu aprovar uma resolução orientando que as bancadas debatam os impactos da proposta.

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O dilema do pacote fiscal

O pacote fiscal é visto como uma peça-chave para o equilíbrio das contas públicas, mas enfrenta desafios políticos significativos. 

A proposta inclui cortes amplos, mas o PT argumenta que o foco deveria ser redirecionado para questões estruturais, como os juros altos praticados pelo Banco Central.

“O sacrifício que estamos fazendo é inócuo porque não toca nos juros”, afirmou Valter Pomar, ressaltando que a inflação é definida por um conselho onde o governo tem influência.

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As medidas em análise: combate a fraudes

O novo pente-fino no BPC deverá focar na identificação de fraudes, reduzindo pagamentos indevidos sem prejudicar os beneficiários legítimos.

Técnicos dos ministérios envolvidos já trabalham na revisão da proposta, buscando um equilíbrio entre economia e proteção social.

A visão política: um governo sob pressão

A revisão do BPC reflete o desafio enfrentado pelo governo Lula em manter a unidade da base aliada e avançar com uma agenda econômica firme. 

Saiba também: O que é avaliação social para o BPC?

A pressão do PT demonstra que cortes em áreas sensíveis, como a assistência social, são difíceis de justificar politicamente, mesmo diante da necessidade de ajuste fiscal.

O debate sobre o BPC é um retrato do dilema enfrentado pelo governo: como equilibrar responsabilidade fiscal com justiça social

O caminho para aprovar o pacote fiscal passa por ajustes que preservem os direitos dos mais vulneráveis, uma demanda não apenas do PT, mas da sociedade como um todo.

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