IPOs ficam para 2025 e 2024 se transforma em “ano das fusões”

O ano de 2024 consolidou-se como o período de grandes fusões entre empresas de capital aberto no Brasil, em contraste com as expectativas iniciais de retomada das ofertas públicas iniciais (IPOs). A ausência de novas listagens, que não ocorrem desde 2022, frustrou o mercado, que esperava ao menos 19 empresas estreando na bolsa neste ano. No entanto, o aquecimento do mercado de M&A compensou parte desse espaço, movimentando R$195 bilhões (US$34,8 bilhões) e representando uma recuperação relevante após anos de baixa atividade.

Em janeiro de 2024, as projeções para o mercado de capitais indicavam uma retomada das IPOs, mas, passados dez meses, nenhum dos processos avançou. As incertezas econômicas e fiscais, aliadas ao cenário de juros elevados no Brasil e no exterior, foram determinantes para esse cenário, segundo especialistas.

“O cenário de juros altos no Brasil e no mundo, combinado com o risco político e fiscal, não permitiram que houvesse um ambiente propício para novas listagens, e o mercado de fusões e aquisições tem ocupado parte desse espaço, como evidenciado pelos grandes negócios anunciados recentemente, como a fusão entre Petz e Cobasi”, destaca Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

Fabiano Barboza, vice-presidente do Grupo Studio, aponta que a instabilidade econômica fez com que as fusões se tornassem uma solução para empresas ganharem escala e otimizarem suas operações. “A incorporação da AES Brasil pela Auren é um exemplo claro disso, pois reforça a busca por eficiência e diversificação na matriz energética. Também estamos vendo oportunidades no setor farmacêutico, com a possível fusão entre a EMS e a Hypera, além de movimentos na aviação, com as tratativas entre Gol e Azul”, explica Barboza.

Os especialistas indicam que o principal desafio para um eventual aquecimento do mercado de IPOs em 2025 será a redução das taxas de juros e uma maior estabilidade política e econômica. Esses fatores são fundamentais para aumentar o apetite dos investidores por novos riscos. “Por enquanto, as fusões atendem à necessidade de crescimento das empresas, mas o retorno dos IPOs trará mais opções de captação de recursos a médio prazo”, observa Vasconcellos.

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