“Quer dançar comigo?”

Caro (a) leitor (a)

Você já pensou na volatilidade dos sentimentos e dos relacionamentos? Em um mundo digital e obviamente doente em função dele, li algumas matérias sobre o “dating burnout” que me chocaram. Sempre soubemos que relacionamentos não são um caminhar sobre as nuvens, mas até aí…

O uso excessivo de aplicativos de relacionamento pode causar stress e afetar a saúde mental das pessoas despertando sentimentos de ansiedade, depressão, solidão e desesperança. Pode isso? Pode. Basta você perceber que cada vez mais o que parece eterno pode desmoronar em um piscar de olhos. Mas, ao mesmo tempo, um instante pode se tornar algo inesquecível.  Essa tecnologia ajuda e muito, em alguns casos como um filtro, uma pré-seleção, gerando uma “economia de tempo”, mas e a sensação de estar em uma entrevista de emprego? A angústia de dar um “match” e a coisa não evoluir? Como administrar tantas frentes abertas de quem “atira para todos os lados”?  Verdade seja dita, ninguém vai preencher todos os seus pré-requisitos.

Quer dançar comigo?

Não se permita perder as pessoas que fazem seus olhos brilharem por medo de recomeçar ou de viver algo diferente – Foto: Getty Images/ND

Há histórias incríveis que nascem em Apps e as que nascem em jantares com amigos, encontros no supermercado, e por aí afora. Continuamos vivendo momentos preciosos. Mas será que estamos vivendo esses instantes com a intensidade que eles merecem?

Mário Quintana dizia que “a vida é o dever que trouxemos para fazer em casa.” Passamos dias inteiros esperando por algo: a noite para descansar, o fim de semana para nos sentirmos livres, a conquista de um sonho para, enfim, sermos felizes. E, nesse compasso de espera, esquecemos que a vida acontece no agora. Cada segundo que deixamos passar sem estarmos inteiros nele é um tesouro que jamais será recuperado.

Quantas vezes renunciamos a uma chance, de um sentimento, de alguém, por puro medo? Medo de errar, de não ser suficiente, medo da distância e de nos machucar? Sempre que chove amor, parece que corremos para abrir o guarda-chuva. Mas o preço da felicidade é a coragem: coragem para abrir o coração, para ser vulnerável e para acreditar que, ainda que seja por 24 horas, um momento com alguém que nos toca a alma pode transformar nossa história.

Em Tempos Modernos, o genial Lulu Santos, na década de 80 já profetizava:

“Hoje o tempo voa, amor

Escorre pelas mãos

Mesmo sem se sentir

Não há tempo que volte, amor

Vamos viver tudo que há pra viver

Vamos nos permitir”

Não se permita perder as pessoas que fazem seus olhos brilharem por medo de recomeçar ou de viver algo diferente. Use a página em branco do seu caderno da vida antes que ele acabe. O universo, em sua sabedoria, nos dá novos começos. Se alguém faz seu coração vibrar e toca Maluma dizendo que acorda ouvindo música para alegrar o dia, DANCE. Talvez a sua nova história seja a mais bonita que você já escreveu.

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