Startups receberam aportes de US$ 1,9 bi em 2024; Retailtechs são tendência

Após dois anos de retração nos investimentos em venture capital, o ecossistema de startups na América Latina apresenta sinais de recuperação. Segundo o Distrito, plataforma de inovação, no acumulado do ano, as startups brasileiras captaram US$ 1,9 bilhão, um aumento de 5,5% em relação aos US$ 1,8 bilhão registrados em 2023. Apesar disso, o setor ainda opera bem abaixo dos patamares de 2022, quando os investimentos somaram US$ 4,4 bilhões, e de 2021, que totalizaram US$ 9,9 bilhões. A diferença entre os investimentos de 2021 para 2024 é de 80,8%. Para 2025, Victor Harano, gerente de research do Distrito, aponta uma recuperação gradual do setor, mas com uma abordagem mais criteriosa. “Esperamos startups mais maduras, que promovam a confiança dos investidores e uma expansão sustentável do setor.”  

RETAILTECHS – Em relação às tendências para o ecossistema de startups em 2025, Harano cita a inteligência artificial, que continuará sendo uma das forças centrais. “Os agentes de IA serão cada vez mais essenciais, automatizando tarefas complexas.” Elas estão contribuindo para decisões baseadas em dados nos mais diversos setores, segundo ele. No varejo, as retailtechs estão entre as tendências para 2025, integrando inteligência artificial e automação para oferecer personalização em escala, análises preditivas de comportamento do consumidor e soluções para otimização de estoques. “As retailtechs estão liderando essa transformação, promovendo processos mais eficientes”, disse o especialista da Distrito.

MAIS TECHS – Além da IA, tecnologias voltadas à sustentabilidade ganharão força, com startups desenvolvendo sistemas de captura de carbono e fontes de energia mais eficientes. Outros setores em ascensão incluem fintechs, healthtechs e edtechs. Harano afirma que as fintechs devem explorar novas funcionalidades do Pix, maior adesão às moedas digitais e inovações no sistema financeiro, tornando os serviços ainda mais ágeis e acessíveis. Já as healthtechs se destacam com dispositivos médicos conectados e plataformas de gestão de saúde personalizadas, enquanto as edtechs intensificam a transformação digital na educação, com plataformas de aprendizado online e ferramentas de gestão, ampliando o acesso a conteúdos de alta qualidade.

NO VAREJO – No varejo, Victor Harano, gerente de research do Distrito afirma que as retailtechs têm se destacado ao transformar a experiência de compra omnichannel e impulsionar a fidelização de clientes. Essas startups integram canais digitais e lojas físicas, criando uma jornada de compra fluida e personalizada para os consumidores. Utilizando dados de forma estratégica, elas recomendam produtos e promoções ajustados às preferências individuais, além de implementar programas de fidelidade digitais que conectam os ambientes online e offline. De acordo com ele, tecnologias móveis, como aplicativos de compras e sistemas de pagamento simplificados, tornam o processo de compra mais rápido e seguro, fortalecendo a relação com os consumidores e ampliando a competitividade das empresas no mercado.

DESAFIOS – Em relação aos desafios, Harano aponta que o cenário de juros elevados no Brasil limita o apetite dos investidores por ativos de risco, como startups. Isso cria um ambiente mais cauteloso. “Mas também oferece espaço para startups resilientes se destacarem por meio de estratégias inovadoras e modelos de negócios sólidos”.  Para atrair investimentos, será essencial apresentar soluções que atendam às demandas reais do mercado e elaborar planos de negócios detalhados, com projeções financeiras claras. Estratégias como crowdfunding, parcerias estratégicas e apoio de investidores-anjo podem ajudar na diversificação das fontes de financiamento.

A gestão financeira também será determinante. Startups precisarão operar de forma enxuta, controlando custos e diversificando receitas. Segundo Harano, controlar o fluxo de caixa e buscar a rentabilidade desde os estágios iniciais não é apenas uma questão de sobrevivência, mas de criar negócios mais resilientes. Embora os desafios sejam significativos, o cenário atual apresenta oportunidades para startups que inovam e se adaptam às condições de mercado. “Startups que conseguirem superar as adversidades terão espaço para crescer” em um ecossistema que valoriza maturidade e inovação”, disse.

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