Polícia investiga se Larissa Manoela morreu a facadas em Barueri; menina pode ter sido vítima de vingança ligada ao pai

Larissa Manoela, de 10 anos, foi encontrada morta com marcas de facadas no pescoço e no tórax dentro da própria casa, no Jardim Tupã, em Barueri, na Grande São Paulo. O caso, ocorrido na quinta-feira (12/6), mobilizou equipes da Polícia Civil e da perícia, que agora trabalham com a hipótese de vingança como possível motivação para o crime. A vítima estava sozinha no momento do assassinato, e foi localizada já sem vida pela mãe, que retornava do trabalho no fim da tarde.

A ausência da criança na escola, onde deveria ter chegado por volta das 13h, chamou a atenção dos familiares. Segundo apurado, o irmão mais velho da menina havia viajado para o interior do estado, enquanto a mãe saiu para trabalhar. A menina permaneceu em casa e foi encontrada caída ao lado da cama, com diversos ferimentos provocados por faca. O cenário do crime foi isolado e passou por perícia técnica para coleta de provas.

O pai da criança, esfaqueado semanas antes em um caso que ainda segue sob investigação, prestou depoimento à polícia e disse manter bom relacionamento com a filha. A Polícia Civil não descarta que a morte da menina possa ter relação com o atentado sofrido anteriormente pelo pai. Imagens de câmeras de segurança nas proximidades estão sendo analisadas e poderão ajudar na identificação de suspeitos.

Detalhes do crime e da cena

O corpo de Larissa foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), onde exames detalhados serão realizados para esclarecer as circunstâncias da morte. A criança estava vestida e apresentava ferimentos profundos no pescoço e no tórax, indicando agressão direta e intencional. O local do crime, um quarto dentro da residência, foi preservado até a chegada da perícia.

A cena apontava sinais de violência com múltiplos golpes, sem indícios aparentes de arrombamento na residência. A ausência de testemunhas no momento do crime e o intervalo de horas em que a vítima permaneceu sozinha dificultam a reconstituição exata da dinâmica dos acontecimentos. O horário estimado do crime coincide com o período em que a menina teria saído para a escola.

As autoridades consideram a possibilidade de que o agressor tenha conhecido prévio da rotina da família, o que poderia explicar a escolha do momento em que a vítima estava desassistida. A investigação, sob responsabilidade do 1º Distrito Policial de Barueri, também avalia registros de passagens policiais envolvendo parentes da criança.

Possíveis conexões com ataque anterior

A principal linha de investigação considera a hipótese de vingança como possível motivação. Isso porque o pai de Larissa havia sido alvo de um ataque à faca semanas antes. Na ocasião, ele também sobreviveu, mas não forneceu maiores detalhes sobre possíveis desafetos. A polícia analisa se existe relação direta entre os dois episódios violentos.

Durante o depoimento, o pai afirmou manter convivência estável com a filha, sem conflitos familiares recentes. No entanto, investigadores levantam o histórico completo de interações do homem, incluindo atividades profissionais, dívidas, disputas pessoais e registros policiais anteriores. O inquérito foi aberto formalmente como homicídio doloso.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou que as diligências continuam em andamento, com suporte da perícia técnica e coleta de imagens de câmeras da região. Os agentes ainda aguardam laudos do IML que poderão indicar detalhes adicionais sobre o horário da morte e se houve resistência por parte da vítima.

Repercussão e desdobramentos

O assassinato de uma criança em circunstâncias violentas em casa gerou impacto em Barueri e acendeu alertas entre autoridades locais e comunidade escolar. A escola onde Larissa estudava suspendeu as aulas no dia seguinte como forma de respeito e luto. Familiares e moradores do bairro acompanharam a movimentação policial e aguardam informações sobre o andamento das investigações.

O enterro de Larissa está previsto para ocorrer neste sábado (14/6), em cemitério da cidade. A cerimônia será reservada a familiares e amigos. Enquanto isso, grupos de apoio e conselhos tutelares também acompanham o caso e monitoram os possíveis reflexos emocionais nos entes próximos da vítima, especialmente o irmão.

A continuidade das investigações deverá incluir o mapeamento completo das imagens de segurança da rua e de residências vizinhas, além de oitivas de possíveis testemunhas. As autoridades não descartam nenhuma hipótese, mas priorizam a apuração com base em provas técnicas. Até o momento, nenhum suspeito foi formalmente identificado.

Próximos passos da investigação

Com base nos elementos já reunidos, a Polícia Civil seguirá nas próximas semanas com análise de DNA, verificação de impressões digitais no local do crime e aprofundamento dos laudos do IML. A perícia poderá indicar se houve tentativa de defesa por parte da vítima ou a presença de terceiros na cena.

Também será verificada a possibilidade de entrada do autor do crime sem sinais de arrombamento, o que levanta a hipótese de que ele tenha sido autorizado ou conhecido da vítima. A busca ativa por suspeitos com possíveis conexões ao pai da menina seguirá como prioridade.

Ao mesmo tempo, a delegacia responsável pelo caso espera os resultados dos exames laboratoriais para verificar a presença de outras substâncias no corpo da vítima, o que poderá indicar se ela foi dopada ou imobilizada antes do ataque. Esses elementos serão fundamentais para traçar o perfil do autor e sua possível motivação.

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