Irã ameaça atacar bases dos EUA, França e Reino Unido

O Irã ameaçou atacar bases e navios dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França caso esses países interferiram nas operações militares iranianas contra Israel. De acordo com a agência Reuters, o alerta foi divulgado pela mídia estatal iraniana neste sábado (14.jun.2025).

O governo britânico declarou oficialmente que não forneceu apoio militar ao ataque israelense contra o Irã, nem auxiliou na interceptação de drones iranianos durante a contraofensiva de Teerã. “O Reino Unido não participou dessas ações”, afirmou um porta-voz do primeiro-ministro britânico. 

O comunicado também indicou que a Força Aérea Real não tomou parte em nenhuma ação militar para interceptar drones iranianos que atacaram Israel.

O papel dos EUA no conflito ainda não está definido. Embora autoridades israelenses esperassem uma parceria com os norte-americanos em um ataque conjunto, o secretário de Estado, Marco Rubio, negou envolvimento dos EUA nos bombardeios. 

O presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), não solicitou, contudo, que Israel contivesse a sua ofensiva. Os sistemas de defesa aérea terrestres dos EUA na região estão auxiliando na destruição de mísseis iranianos, segundo um oficial americano, que falou sob condição de anonimato à Associated Press. 

Trump deu um ultimato ao Irã na 6ª feira (12.jun) para que o país chegue a um acordo com os EUA sobre seu programa nuclear, alertando em sua plataforma Truth Social que os ataques de Israel “só piorarão”.

O presidente da França, Emmanuel Macron, por sua vez, descartou participar de qualquer ofensiva contra Teerã.  Na 6ª feira (13.jun), Macron pediu moderação aos 2 países e responsabilizou o Irã por provocar instabilidade no Oriente Médio.

O Irã continua a enriquecer urânio sem qualquer justificativa civil para tal e a níveis muito próximos aos necessários para a produção de artefatos nucleares”, disse o presidente após um dia de negociações com líderes regionais e internacionais sobre o conflito.

CONFRONTOS MILITARES

Neste sábado (14.jun.2025), Israel e Irã intensificaram o confronto militar no 2º dia consecutivo de ataques, com bombardeios e lançamentos de mísseis que já deixaram mais de 80 mortos. 

De acordo com a mídia estatal iraniana, o embaixador iraniano na ONU (Organização das Nações Unidas), Amir Saeid Iravani, informou ao Conselho de Segurança que os bombardeios israelenses mataram 78 pessoas e feriram cerca de 300 no território iraniano. Já os ataques iranianos causaram 3 mortes e deixaram dezenas de feridos em território israelense.

Entre as vítimas fatais iranianas, segundo o jornal New York Times, estão 4 altos chefes de segurança do país, incluindo 2 comandantes militares de alto escalão, Mohammad Bagheri e o general Hossein Salami, além de Ali Shamkhani, responsável pelas negociações nucleares com os Estados Unidos. Outro alto oficial morto foi o general Amir Ali Hajizadeh, chefe do programa de mísseis balísticos da Guarda Revolucionária.

Moradores de Teerã relataram explosões na manhã deste sábado (14.jun), enquanto as defesas aéreas da capital iraniana estavam sendo acionadas. 

A população israelense buscou abrigo em bunkers enquanto sirenes de ataque aéreo soavam pelo país. Explosões foram ouvidas quando os sistemas antimísseis interceptaram parte dos projéteis lançados pelo Irã. 

Assista ao vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel (28s):

 

Assista ao video divulgado pelo Exército iraniano (9s):

 

OFENSIVA ISRAELENSE

A ofensiva israelense começou na 6ª feira (13.jun.2025, no horário local), em um momento em que os Estados Unidos e o Irã negociavam termos para um novo acordo diplomático sobre o programa nuclear iraniano. 

Israel tem argumentado que o Irã, seu principal adversário regional, avançava na construção de armas nucleares, o que considera uma ameaça à sua existência.

A Guarda Revolucionária, organização de segurança estatal iraniana, afirmou que seus ataques tinham como alvo instalações militares israelenses utilizadas para bombardear o Irã. 

O líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, declarou anteriormente que o Irã estava punindo Israel pelos ataques. Em uma mensagem gravada na 6ª feira (13.jun), Khamenei afirmou: “Não permitiremos que eles escapem com segurança deste grande crime que cometeram”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), prometeu que a campanha militar durará “o tempo que for necessário e pediu à população que se prepare para um período difícil. 

Em comunicado em vídeo na noite de 6ª feira (13.jun), Netanyahu afirmou que o Irã “nunca esteve mais fraco”. O premiê disse que a operação “Leão Ascendente visa conter a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Ele revelou que ordenou planos para o ataque no ano passado, logo após a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah no Líbano, um dos principais aliados do Irã. O ataque estava planejado para abril, mas acabou sendo adiado.

O confronto atual representa a escalada mais intensa em décadas nas relações entre os 2 países, aumentando as preocupações sobre um possível conflito regional mais amplo, que poderia envolver os EUA e outras potências mundiais.


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