Por que Israel atacou Irã? Bastidores revelam pressão interna, medo nuclear e cálculo político de Netanyahu

Israel decidiu atacar o Irã após uma série de movimentações consideradas ameaçadoras por parte do governo iraniano em relação ao seu programa nuclear. A decisão ocorreu poucos dias após o Irã anunciar que aumentaria significativamente a produção de urânio enriquecido, contrariando resoluções internacionais e elevando o nível de preocupação global sobre uma possível fabricação de armas atômicas. Israel, que há décadas vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça direta à sua segurança, considerou a medida como um ponto de ruptura.

Pontos Principais:

  • Israel atacou alvos nucleares e militares em Teerã durante a madrugada.
  • Comandantes da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares morreram.
  • O Irã prometeu retaliação e fechou o espaço aéreo após a ofensiva.
  • Estados Unidos se distanciaram da ação, mas evacuaram embaixadas.

A ofensiva israelense teve como alvo instalações nucleares e centros de comando militar localizados na capital Teerã e arredores. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ação visou desmantelar a capacidade do Irã de desenvolver armamentos de destruição em massa, além de atingir figuras-chave do aparato militar iraniano. O ataque também foi motivado por uma avaliação estratégica de que o Irã estava avançando rapidamente na construção de mísseis balísticos capazes de atingir o território israelense.

O contexto regional também influenciou a decisão israelense. Com o apoio de milícias aliadas em países como Síria, Líbano e Iêmen, o Irã tem expandido sua influência por meio do chamado “eixo da resistência”. A ofensiva foi interpretada como um recado direto ao governo de Teerã de que Israel não tolerará avanços que comprometam o equilíbrio militar no Oriente Médio. A operação, porém, eleva o risco de retaliações e de um conflito de maior escala na região.

Ataque de Israel ao Irã amplia risco de guerra e expõe nova fase do confronto geopolítico

O conflito entre Irã e Israel atingiu um novo patamar nesta semana com a ofensiva aérea israelense sobre Teerã, capital iraniana. O ataque ocorreu na noite de quinta-feira (12), horário de Brasília, e teve como alvo centros ligados ao programa nuclear iraniano. A operação militar amplia as tensões acumuladas desde 2024, quando Israel atacou a embaixada do Irã na Síria, e pode desencadear um novo ciclo de instabilidade regional.

A ação da Força Aérea de Israel foi anunciada horas após o Irã declarar que aumentaria a produção de urânio enriquecido. A medida havia sido tomada após resolução da Agência Internacional de Energia Atômica que acusava Teerã de violar obrigações internacionais. O governo israelense justificou o ataque como parte de uma estratégia preventiva contra avanços nucleares iranianos.

O episódio ocorre em um momento de fragilidade diplomática. Os Estados Unidos, embora alertados sobre a ofensiva, não participaram da operação, mas retiraram diplomatas de embaixadas no Oriente Médio como medida de precaução. A escalada bélica interrompe possíveis negociações entre Teerã e Washington, previstas para acontecer no domingo (15), e cria um novo impasse para a política internacional.

Escalada começou com ataque à embaixada

A origem da atual escalada pode ser traçada até abril de 2024, quando Israel bombardeou a embaixada iraniana na Síria. A ofensiva resultou na morte de comandantes da Guarda Revolucionária do Irã, incluindo Mohammad Reza Zahedi. Em resposta, o Irã lançou drones contra o território israelense, sinalizando o início de uma fase mais agressiva da disputa.

Nos meses seguintes, os confrontos se intensificaram com ataques mútuos. Em outubro, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel após a morte de líderes do Hamas e do Hezbollah. Israel respondeu com novos bombardeios que causaram baixas nas forças iranianas. O padrão de ação-reação se consolidou e moldou o cenário atual.

Os confrontos envolveram também grupos aliados dos dois países. O chamado “eixo da resistência”, articulado pelo Irã, reúne milícias e facções xiitas como o Hezbollah, os Houthis e grupos armados no Iraque e na Síria. Israel, por sua vez, adotou uma postura ofensiva centrada na dissuasão, buscando atingir alvos estratégicos antes que ameaças se concretizassem.

Foco na infraestrutura nuclear iraniana

A operação da última quinta-feira teve como foco instalações associadas ao programa nuclear iraniano. O governo de Israel afirmou que os alvos incluíam usinas de enriquecimento de urânio, depósitos de mísseis balísticos e instalações de comando militar. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em pronunciamento que o país não podia adiar a resposta a um possível avanço nuclear.

Imagens registradas em Teerã mostraram edifícios em chamas e colunas de fumaça em regiões próximas a centros militares. Segundo a imprensa internacional, os ataques ocorreram em pelo menos seis áreas distintas. O Irã respondeu afirmando que o bombardeio representava uma declaração de guerra, prometendo retaliação. A TV estatal iraniana informou que dois dos principais chefes militares do país foram mortos.

O Irã, segundo relatos de Israel, já teria urânio enriquecido suficiente para produzir até nove ogivas nucleares, o que aumentou a percepção de ameaça por parte do governo israelense. A escalada nuclear, somada ao acirramento da retórica política, alimenta preocupações sobre uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio.

Reações e riscos para a região

O ataque desencadeou uma série de reações diplomáticas e militares. O espaço aéreo do Irã foi fechado, e voos internacionais foram cancelados também no vizinho Iraque, por medo de alvos secundários. Grupos armados ligados ao Irã prometeram atacar bases americanas caso novas investidas sejam feitas. O governo iraquiano tenta intermediar, pedindo moderação às milícias sob sua influência.

Autoridades americanas negaram envolvimento na operação israelense. O Departamento de Estado classificou a ação como “unilateral”, e reafirmou que os EUA buscam proteger suas tropas estacionadas na região. Desde abril, o país já havia se posicionado de forma cautelosa diante da deterioração do cenário regional, especialmente após ataques anteriores.

Internamente, a população israelense passou a buscar abrigo e estocar alimentos com receio de represálias. A escalada militar também impactou o mercado global: o petróleo disparou, e o ouro foi valorizado como ativo de segurança. Com as negociações diplomáticas interrompidas e o Oriente Médio mais polarizado, cresce a possibilidade de um confronto prolongado e com consequências econômicas e políticas amplas.

Consequências estratégicas e incertezas

Ao atingir figuras centrais da Guarda Revolucionária e centros de pesquisa nuclear, Israel executou sua ação mais contundente contra o Irã em décadas. Comparado por analistas a ataques realizados no Líbano em 2023, o bombardeio em Teerã representa não apenas um ataque físico, mas simbólico, ao coração da elite militar iraniana. O objetivo declarado de Netanyahu foi minar a capacidade de resposta e enfraquecer o comando central.

Essa ofensiva, entretanto, pode gerar o efeito inverso. Ao eliminar figuras de alto escalão, Israel empurra o Irã a buscar uma resposta que vá além das demonstrações anteriores. O equilíbrio entre dissuasão e provocação entra em novo patamar, com o risco de uma guerra aberta deixando de ser apenas retórico.

A possível interrupção das negociações com os Estados Unidos, somada ao luto nacional no Irã e à necessidade de demonstração de força por parte do regime dos aiatolás, torna o cenário incerto. O Oriente Médio entra em uma fase onde as decisões tomadas nos próximos dias podem determinar a estabilidade de toda a década.

Fonte: Wsj, Foxnews e Apnews.

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