Enxaqueca: veja dicas para aliviar e controlar as crises

A enxaqueca afeta mais de 31 milhões de brasileiros e representa uma das principais causas de incapacitação no país, especialmente entre as mulheres, como apontam especialistas.Apesar dos números alarmantes, um estudo recente do Instituto WifOR sobre o impacto socioeconômico da enxaqueca na América Latina revelou que apenas 40% dos casos recebem diagnóstico e tratamento adequados.Leia tambémSaiba como identificar creatina adulterada de forma simplesViolência sexual: o que é stealthing e por que tantas vítimas se calamPara ajudar quem convive com essa condição debilitante, a médica neurologista Josemary Sucupira, do Hospital Orizonti, compartilha dicas e estratégias comprovadas para o controle efetivo da enxaqueca.Quer receber mais dicas de saúde? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!Segundo ela, a enxaqueca caracteriza-se por dores de cabeça recorrentes e intensas, frequentemente acompanhadas de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.Classificada entre as doenças mais incapacitantes mundialmente, a condição impacta de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes.Mulheres estão em 63% dos casosOs dados revelam uma disparidade significativa entre gêneros: 63% das pessoas com enxaqueca são mulheres, o que faz da doença a principal causa de incapacitação neste grupo. Esta predominância feminina tem relação direta com as flutuações hormonais características do ciclo reprodutivo.Confira 6 dicas para ajudar no controle da enxaqueca1. Mantenha um diário detalhado da enxaquecaA primeira e mais importante estratégia consiste na criação de um registro minucioso das crises. Este diário deve incluir:Data e hora de cada episódio;Intensidade da dor (escala de 0 a 10);Localização e características da dor (pulsátil, latejante);Possíveis gatilhos identificados;Alimentos consumidos nas horas anteriores;Níveis de estresse e qualidade do sono;Mudanças hormonais (especialmente para mulheres);Medicamentos utilizados e sua eficácia.Esta documentação torna-se um mapa valioso para identificar padrões pessoais, prever crises futuras e personalizar o tratamento.Atenção especial: Pessoas acima de 50 anos que experimentam dores de cabeça novas ou diferentes devem procurar avaliação médica imediata para descartar outras causas.2. Evite o jejum prolongadoO jejum prolongado provoca quedas nos níveis de glicose sanguínea, um dos gatilhos mais comuns para crises de enxaqueca. A recomendação é:Incluir lanches saudáveis entre as refeições principais;Manter os níveis de energia estáveis ao longo do dia;Priorizar alimentos nutritivos e balanceados.3. Identifique e evite gatilhos alimentaresEmbora cada pessoa tenha sensibilidades alimentares específicas, alguns alimentos são reconhecidos como mais relacionados a casos de enxaqueca. Entre eles:Chocolate (especialmente o amargo);Alimentos condimentados (pimentas e molhos picantes);Bebidas alcoólicas (principalmente vinho tinto e cerveja);Queijos curados;Frutas cítricas (em alguns casos);Banana (para pacientes específicos);Atenção especial ao café: O consumo de cafeína deve ser monitorado de forma individual, pois pode tanto aliviar quanto desencadear crises, a depender da pessoa.Além disso, a hidratação é fundamental nesses casos, para prevenir crises relacionadas à desidratação.4. Gerencie a saúde hormonalPara as mulheres, que representam a maioria dos casos, o controle hormonal é crucial. Além de conversar com médico sobre pílulas anticoncepcionais de uso contínuo, é válido considerar outras terapias hormonais, quando apropriado.Este equilíbrio hormonal é ideal para ajudar em outras estratégias, como adotar dieta rica em nutrientes, manter exercícios regulares, e garantir sono adequado e reparador.5. Pratique exercícios de forma regularA atividade física oferece múltiplos benefícios para quem tem enxaqueca, como a redução da tensão muscular e mental, além de liberar endorfinas com efeito analgésico natural.As atividades físicas comprovadamente melhoram o bem-estar geral e fortalecem o sistema cardiovascular. O importante é começar de forma gradual e aumentar de modo progressivo a intensidade e duração, sempre de acordo com orientação de um bom profissional.6. Busque acompanhamento médico especializadoO acompanhamento profissional é indispensável para o manejo adequado da enxaqueca. Além disso, um erro comum é a automedicação, que pode mascarar outros problemas de saúde e leva ao uso inadequado de medicamentos.A automedicação ainda impede o diagnóstico correto do tipo de enxaqueca e chega a retardar o tratamento mais eficaz para cada caso.Um médico especialista pode avaliar os sintomas, identificar o subtipo específico de enxaqueca e recomendar o protocolo de tratamento mais adequado para cada caso individual.A importância do diagnóstico precoceCom apenas 40% dos casos adequadamente diagnosticados no Brasil, existe uma lacuna significativa no atendimento. O diagnóstico precoce e correto é fundamental para:Prevenir a cronificação da dor;Melhorar a qualidade de vida de forma significativa;Reduzir o impacto socioeconômico da doença;Evitar complicações futuras;Otimizar o tratamento personalizado;A enxaqueca, embora seja uma condição crônica, pode ser controlada de forma efetiva com a combinação adequada de mudanças no estilo de vida, identificação de gatilhos pessoais e acompanhamento médico especializado.O primeiro passo é sempre procurar ajuda médica qualificada e começar a implementar essas mudanças de forma gradual e consistente. Com dedicação e o tratamento adequado, é possível reduzir de modo significativo a frequência e intensidade das crises, o que recupera a qualidade de vida.
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