Israel barra navio com ajuda humanitária e Greta Thunberg em Gaza

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, informou neste domingo (8.jun.2025), por meio de sua conta no X, que impedirá a chegada do barco Madleen com ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O navio transporta, além da ativista sueca Greta Thunberg, outros 11 ativistas e uma carga de ajuda humanitária destinada à população de Gaza. 

“Instruí as IDF (Forças de Defesa de Israel) a agirem para impedir que a flotilha de ódio ‘Madleen’ chegue às costas de Gaza e a tomarem todas as medidas necessárias para esse fim […] À antissemita Greta e seus companheiros porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: vocês devem voltar, porque não chegarão a Gaza”, escreveu.

A embarcação é operada pela coalizão Freedom Flotilla —frota de barcos organizada em 2010 pelo Movimento Gaza Livre e Fundação Turca para os Direitos Humanos e Liberdades e Ajuda Humanitária— e partiu de Sicília, na Itália, com previsão de chegada neste domingo.

O barco enfrentou interferência eletrônica nos sistemas de navegação enquanto tentava romper o bloqueio marítimo israelense, segundo membros da tripulação compartilharam na página do Instagram.

O ativista brasileiro Thiago Ávila usou o perfil para falar da situação. “De acordo com o nosso rastreador, não estamos mais a 162 milhas de Gaza, que é onde de fato estamos. Ele diz que estamos no Aeroporto da Jordânia”.

Ávila disse que a interferência gerou preocupação pois, esperava que Israel fizesse alguma “interceptação ou um ataque” à embarcação.

“Nós sabemos o que isso significa, quando eles começam a bloquear a nossa comunicação. Significa que eles estão se preparando para algo”.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Middle East Eye (@middleeasteye)

O ministro da Defesa afirmou que a medida foi necessária para evitar que o Hamas importe armamentos. O bloqueio naval faz parte das ações israelenses contra o grupo que controla Gaza e é classificado como terrorista por Israel.

“Israel agirá contra qualquer tentativa de quebrar o bloqueio ou ajudar organizações terroristas —no mar, no ar e em terra”. 

 Depois de 3 meses de bloqueio total, Israel passou a permitir a entrada limitada de ajuda básica em Gaza em maio. Organizações humanitárias alertam para o risco de fome caso as restrições e o conflito persistam.

“Eles estão cometendo crime de guerra. Estamos em águas internacionais. Eles não têm direito de fazer isso. Eles estão fazendo crianças definharem de fome até a morte. Vocês acham que têm o controle, mas vocês só têm armas, nós temos a razão. Nós vamos até Gaza e vocês não vão nos parar. Nós vamos continuar”, disse Ávila nas redes sociais.

Esta não é a 1ª tentativa da Freedom Flotilla de romper o bloqueio. Em maio outro navio do grupo foi atacado por 2 drones enquanto navegava em águas internacionais próximas a Malta. A coalizão atribuiu o ataque a Israel, relatando danos na parte dianteira da embarcação.

Antes da partida, Greta Thunberg afirmou que o “silêncio mundial diante da situação [em Gaza] equivale a um genocídio transmitido ao vivo”.

Israel nega as acusações de genocídio e considera tais críticas como manifestações antissemitas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.