Anvisa proíbe venda de cafés com toxina renal e impurezas após inspeções em três marcas

Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação e comercialização de produtos rotulados como café pelas marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial. A medida foi tomada após constatação de substâncias perigosas em seus produtos, que foram classificados como adulterados e inadequados para consumo humano. O foco da proibição está na presença da ocratoxina A (OTA), toxina produzida por fungos que oferece riscos significativos à saúde dos consumidores.

Pontos Principais:

  • Anvisa proibiu três marcas de café após detectar a toxina ocratoxina A.
  • Substância é tóxica para os rins e foi identificada em níveis perigosos.
  • Produtos apresentavam também impurezas, grãos crus e rotulagem falsa.
  • Todos os lotes foram proibidos e deverão ser recolhidos do mercado.

A ocratoxina A é uma micotoxina derivada de fungos do gênero Aspergillus, frequentemente presente em alimentos armazenados de forma inadequada. Segundo a Embrapa, trata-se de um metabólito tóxico com efeitos comprovados em animais, provocando danos renais e, em alguns casos, tumores. Em humanos, embora os estudos ainda estejam em andamento, há registros consistentes de associação com doenças como nefropatia intersticial crônica e nefropatia endêmica.

Anvisa recolhe cafés “fake” com risco à saúde renal.
Anvisa recolhe cafés “fake” com risco à saúde renal.

A ação da Anvisa teve base também em inspeções feitas anteriormente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que já havia desclassificado os produtos em março deste ano. Além da toxina, os lotes avaliados continham impurezas e matérias estranhas acima do permitido por lei. A análise laboratorial apontou ainda o uso de grãos crus, resíduos industriais e ingredientes de baixa qualidade no lugar de café torrado e moído.

A irregularidade não se restringe à composição do produto. A rotulagem das embalagens também foi alvo de questionamento. As marcas indicavam conter “polpa de café” ou “café torrado e moído”, mas os exames comprovaram que o conteúdo era, na verdade, uma mistura com componentes inferiores, sem a devida transparência com o consumidor. Esses fatores levaram os produtos a receberem a classificação informal de “café fake”.

Todos os lotes em circulação foram incluídos na proibição e devem ser recolhidos do mercado. A Anvisa orienta que consumidores que tenham adquirido os produtos descartem as embalagens imediatamente. A venda e a propaganda dessas marcas estão suspensas em todo o território nacional. A vigilância sanitária reforça que ingerir produtos contaminados pode comprometer a saúde renal a longo prazo.

A gravidade do caso evidencia falhas na cadeia de produção e armazenamento de café, um dos produtos mais consumidos no país. A adulteração de alimentos, além de colocar em risco a saúde pública, caracteriza crime e pode levar à responsabilização civil e criminal dos responsáveis. A Anvisa afirma que novas fiscalizações já estão em andamento para identificar possíveis irregularidades em outras marcas de café vendidas no Brasil.

O episódio reforça a necessidade de atenção à procedência de alimentos. Especialistas recomendam que os consumidores fiquem atentos à presença de selos de certificação, optem por marcas reconhecidas e verifiquem as informações obrigatórias no rótulo. A desconfiança deve surgir principalmente quando o preço estiver abaixo do padrão de mercado ou quando o aroma e o sabor apresentarem alterações.

Fonte: Oglobo, Super e Olhardigital.

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