Quem é Jeffrey Epstein, citado por Musk em acusação contra Trump?

Jeffrey Epstein, à esquerda, e Donald Trump, à direitaDepartamento do Xerife do Condado de Palm Beach/Casa Branca

O empresário Elon Musk afirmou, por meio de sua conta na rede social X, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está entre os nomes citados nos arquivos relacionados ao bilionário Jeffrey Epstein, acusado de liderar uma rede de tráfico sexual e encontrado morto em uma prisão de Nova York em agosto de 2019, enquanto aguardava julgamento.

Musk afirmou: “Hora de soltar a grande bomba: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”

Time to drop the really big bomb:@realDonaldTrump is in the Epstein files. That is the real reason they have not been made public.

Have a nice day, DJT!

— Elon Musk (@elonmusk) June 5, 2025

A declaração aconteceu poucas horas após Trump criticar publicamente Elon Musk e ameaçar cancelar contratos bilionários do governo federal com empresas associadas ao empresário. 

Mas afinal, quem é Epstein, citado por Musk?

Histórico de Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein era um investidor bilionário americano, que iniciou sua carreira como professor de matemática e física na escola Dalton, em Nova York.

A entrada no banco Bear Stearns em 1976 marcou o início de sua ascensão entre os círculos mais ricos dos Estados Unidos.

Em 1982, ele fundou sua própria empresa de investimentos, atendendo apenas clientes com ativos superiores a US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões, na cotação atual), o que ampliou sua rede de contatos com políticos, artistas e empresários influentes.

Conhecido por manter uma vida social restrita, Epstein ainda assim foi visto com figuras como Bill Clinton, o príncipe Andrew e Donald Trump.

Este último declarou em 2002 à revista New York: “Conheço Jeff há 15 anos. Ele é um cara fantástico. […] Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens.”

Musk chegou a repostar um vídeo de 1992, da NBC, que mostra Trump ao lado de Epstein durante uma festa no clube Mar-a-Lago, acompanhado de líderes de torcida do time Buffalo Bills.

Durante o vídeo gravado para o programa “A Closer Look”, apresentado por Faith Daniels, os dois empresários observam as mulheres dançando. Em certo momento, Trump comenta com Epstein: “Olha ela… ali atrás. Ela é gostosa.”

🤨 https://t.co/DTdfJWydLS

— Elon Musk (@elonmusk) June 5, 2025

Acusações e condenações

Em 2005, a polícia da Flórida iniciou uma investigação após a denúncia dos pais de uma menina de 14 anos.

O caso logo revelou outras possíveis vítimas, muitas delas de origem humilde.

Segundo o Miami Herald, Epstein oferecia dinheiro em troca de massagens que acabavam em abuso sexualFotos de menores foram encontradas em sua casa durante uma busca policial.

Em 2008, ele fechou um acordo com promotores, evitando acusações federais e cumprindo apenas 13 meses de prisão.

Entre os envolvidos no acordo estava Alexander Acosta, que mais tarde viria a ser secretário do trabalho no governo Trump.

A nova prisão e a morte

Em julho de 2019, Epstein foi novamente preso em Nova York sob acusações de traficar dezenas de meninas e explorá-las sexualmente entre 1999 e 2007. Ele prometia bancar a educação ou ajudar na carreira das vítimas.

Foi nesse período que sua aeronave passou a ser apelidada pela imprensa como “Lolita Express”.

Após a negativa de fiança, ele foi mantido sob custódia no Centro Correcional Metropolitano até ser encontrado morto na cela, em agosto daquele ano.

O papel de Ghislaine Maxwell

Ghislaine Maxwell, ex-namorada e sócia próxima de Epstein, foi presa em 2020 e acusada de recrutar e preparar menores de idade para serem abusadas.

Em 2021, foi condenada por tráfico sexual de menores e pode cumprir até 20 anos de prisão.

Durante o julgamento, a promotoria afirmou que Maxwell ajudava Epstein a organizar os abusos.

A defesa alegou que ela era usada como bode expiatório.

Em sua fala final, Maxwell disse: “O maior arrependimento da minha vida foi conhecer Jeffrey Epstein.”

Acusações anteriores contra Donald Trump

Além da citada menção nos documentos relacionados a Jeffrey Epstein, Donald Trump já respondeu por outras denúncias de assédio e abuso sexual.

Em outubro de 2024, durante a campanha para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, a ex-modelo Stacey Williams declarou à CNN que foi apalpada por Trump na década de 1990, durante um evento promovido por Epstein em Nova York.

De acordo com ela, Trump a tocou de forma inapropriada na presença do empresário. À época, a equipe de campanha do ex-presidente negou as acusações e afirmou que a denúncia tinha motivação política.

Em outra ocasião, em 2023, um júri civil determinou que Trump era responsável por abuso sexual contra a escritora E. Jean Carroll. Ele foi condenado a pagar uma indenização no processo.

Conflito político entre Musk e Trump

A acusação feita por Musk ocorreu em meio a um conflito crescente entre ele e Donald Trump.

A tensão começou após Musk criticar um pacote de gastos aprovado pelo Congresso.

Segundo Trump, Musk teria conhecimento prévio sobre o conteúdo do projeto, o que o empresário negou publicamente: “Falso, esse projeto de lei nunca me foi mostrado uma vez e foi aprovado no meio da noite.”

Em resposta, Trump chegou a sugerir o fim de contratos federais com empresas de Musk, afirmando: “A maneira mais fácil de salvar nosso orçamento […] é acabar com os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk.”

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