Lula toma invertida de Macron sobre Guerra na Ucrânia: ‘Só Moscou rejeita a paz’

Lula e Macron

Lula e Macron durante declaração conjunta à imprensa. Palácio do Eliseu, Paris – França – Foto: Ricardo Stuckert / PR

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Emmanuel Macron mostraram opiniões diferentes sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia durante uma coletiva de imprensa em Paris, nesta quinta-feira (5). O presidente brasileiro falou que os dois países precisam buscar a paz, enquanto Macron foi direto ao dizer que “só Moscou rejeita a paz”.

Lula afirmou que o Brasil condena a invasão russa na Ucrânia, mas mantém uma posição contrária à guerra. Ele explicou que o Brasil, junto com a China e outros 13 países emergentes, criou uma proposta para buscar uma solução pacífica para o conflito.

Lula e Macron divergem sobre a guerra na Ucrânia:


Lula e Macron emitem opiniões diferentes sobre a guerra na Ucrânia – Vídeo: Gov. BR/Reprodução

“O Brasil, desde o começo dessa guerra, se posicionou contra a ocupação territorial que a Rússia fez na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o Brasil se posicionou contra a guerra. O Brasil, junto com a China, construiu um documento e uma proposta de 13 países emergentes para discutir entre um grupo de amigos e tentar encontrar uma solução”, disse Lula.

O presidente brasileiro também falou sobre a dificuldade da ONU para agir em conflitos atuais e futuros. “Lamentavelmente, a ONU está enfraquecida politicamente e tem pouco poder de dar opinião sobre a guerra. Não apenas essa, mas qualquer outra guerra que aconteça no mundo”, disse.

Lula e Macron durante coletiva em Paris, na França – Foto: Ricardo Stuckert / PR

Já Macron disse que há um lado agressor, a Rússia, e um lado agredido, a Ucrânia. Ele disse que todos querem a paz, mas não é justo tratar os dois países como iguais no conflito.

“A proposta dos Estados Unidos de cessar fogo foi aceita pelo presidente [ucraniano Volodymyr] Zelensky em março, mas continua a ser recusada pelo presidente [russo Vladimir] Putin. Ele iniciou a guerra e não quer um cessar-fogo”, completou Macron, durante entrevista de imprensa em Paris.

No mês passado, Lula esteve em Moscou para participar do desfile que comemorou os 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. A presença do presidente brasileiro ao lado de Vladimir Putin, além de outros líderes autoritários, como Xi Jinping (China), Miguel Díaz-Canel (Cuba) e Alexander Lukashenko (Bielorrússia), gerou críticas da oposição no Brasil.

Lula cumprimenta Putin durante a viagem do presidente brasileiro à Rússia no mês passado – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em resposta, Lula afirmou: “Se tudo for exploração política, você não pode fazer nada”. Ele garantiu, na ocasião, que sua participação no evento não compromete seu papel como possível mediador na busca pela paz.

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