Você sabia? O figo não é uma fruta comum — o que se come é, na verdade, uma flor invertida

Uma bacia com figos

O figo é o fruto da figueira, uma árvore originária do Oriente Médio e da região do Mediterrâneo – Foto: Banco de Imagens/ND

Sabor doce, textura macia e presença marcante na culinária. Esse é o figo, fruto de uma árvore originária do Oriente Médio e da região do Mediterrâneo. Apreciado por muitos, o que as pessoas podem não saber é que ele não é uma fruta comum, mas sim uma infrutescência.

Isso porque, do ponto de vista botânico, o figo abriga dentro do sícônio, o receptáculo carnoso que a envolve, diversas flores minúsculas e sementes — que são, na verdade, seus verdadeiros frutos. Ou seja, o que se consome ao comê-lo é uma flor invertida.

Por isso, a polinização do figo ocorre de maneira única, diferente da maioria das outras frutas.

O processo de polinização do figo

Conforme a A.B.E.L.H.A (Associação Brasileira de Estudo das Abelhas), a relação entre o figo e a vespa-do-figo, Blastophaga psenes, é uma parceria exclusiva e fundamental para a reprodução da planta. Essa pequena vespa é o único inseto capaz de poliniza-lo.

Na natureza, ela entra na infrutescência por uma estreita abertura para levar o pólen às minúsculas flores internas do fruto, onde as sementes se formam. Em troca, a vespa põe seus ovos dentro do figos, onde seus filhotes nascem e dão continuidade ao ciclo.

Essa interação ocorre há dezenas de milhões de anos, mas é um desafio para os produtores brasileiros, visto que a vespa B. psenes não existe no Brasil. Por isso, as figueiras brasileiras dependem de variedades que não precisam de polinização para frutificar.

Contudo, isso faz com que os figos nacionais tenham menos açúcar, sabor mais suave e menor durabilidade, limitando a produção de figo seco e outros derivados, comuns em países como a Turquia. Ainda, devido ao processo natural de polinização, há a ideia de que o figo não é um produto vegano.

Ele, contudo, é um fruto de origem vegetal. Seu ciclo biológico pode envolver outro ser vivo, mas não há exploração ou sofrimento animal direto.

À esquerda, vários figos empilhados; à direita, uma abelha em foco

O processo de polinização do figo diferencia-se de outras frutas – Foto: Banco de Imagens/ND

Os benefícios do figo

De acordo com a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), empresa vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, o figo é uma verdadeira fonte de antioxidantes, que beneficiam a pele e ajudam a combater os radicais livres no organismo.

Além disso, ele contribui para a saúde intestinal e é rico em vitaminas do complexo B, essenciais para o funcionamento do sistema nervoso e a manutenção do sangue. Também oferece fibras e minerais importantes, como cálcio, ferro, fósforo, magnésio, sódio e potássio.

A infrutescência pode ser consumida de diversas formas: madura e crua, verde em compotas, para dar um toque especial a saladas de folhas verdes, assado como acompanhamento para carnes, em purês ou geleias, e até desidratado ou liofilizado.

Esse processo congela o alimento sob vácuo, sublimando o gelo formado, o que permite conservar o produto por até 30 anos.

Como comprar e armazenar

Figos

Na hora da compra, prefira frutos com casca intacta, sem machucados ou amassados – Foto: Banco de Imagens/ND

Na hora da compra, prefira frutos com casca intacta, sem machucados ou amassados, e polpa firme.

Para higienizar, deixe-os de molho em um recipiente com um litro de água e três colheres de vinagre por 15 minutos.

Em seguida, enxágue bem, seque com papel toalha e armazene na geladeira em um recipiente fechado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.