Selic deve seguir elevada por mais tempo, sinaliza Galípolo

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que, apesar do elevado nível da taxa Selic, a economia brasileira segue apresentando forte atividade — o que exige cautela por parte da autoridade monetária na condução dos próximos passos. Segundo ele, a instituição não pretende flexibilizar a meta de inflação nem antecipar cortes, diante do cenário atual.

Ainda que estejamos em um dos ciclos mais restritivos da história, os efeitos sobre a atividade não têm sido proporcionais. Isso precisa ser compreendido com atenção”, afirmou Galípolo, reforçando que o Banco Central seguirá vigilante quanto ao cumprimento do arcabouço técnico e à credibilidade da política monetária.

Cenário fiscal fragiliza curva de juros e exige resposta prolongada

Na visão de Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, a fala de Galípolo confirma que o ciclo de cortes está distante. Mais que isso, reflete a perda de eficácia da política monetária diante do contexto de estímulos fiscais promovidos pelo governo.

O que vimos nos últimos meses foi o governo neutralizando os efeitos da política monetária com medidas que sustentam artificialmente o consumo. É como acelerar com o freio de mão puxado”, comenta Spiess.

BC evita elevar a Selic agora, mas prolonga ciclo restritivo

Apesar da pressão inflacionária, o estrategista acredita que o Banco Central não deve subir a Selic novamente. A estratégia, avalia, será manter os juros elevados por mais tempo, mesmo diante da expectativa de alívio global. “O BC parece mais disposto a sustentar a Selic do que revisá-la para cima, o que mostra a opção por uma abordagem mais defensiva diante da fragilidade fiscal”, analisa.

Mesmo com a Selic em patamares elevados, Spiess destaca que os ativos de risco brasileiros ainda apresentam espaço para valorização. “Estamos em recorde nominal, mas com valuations historicamente baixos. Isso indica que, apesar da volatilidade, há potencial de recuperação, especialmente se houver melhora no cenário fiscal”, conclui.

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