Queda das mortes faz país se aproximar do nível pré-pandemia

O grupo de pessoas com 60 anos ou mais respondeu por 71% dos óbitos no país em 2023Tomaz Silva/Agência Brasil

Em 2023, o Brasil registrou 1,43 milhão de mortes, número 5% inferior ao de 2022. A maior variação ocorreu no grupo de pessoas com 80 anos ou mais, que somou 38.035 óbitos a menos, uma queda de 7,9%.

Os dados constam nas Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base nos registros disponíveis até o primeiro trimestre de 2024.

O grupo de pessoas com 60 anos ou mais respondeu por 71% dos óbitos no país em 2023, o que equivale a 1,01 milhão de mortes. Em comparação com 2022, houve uma redução de 5,7% nesse grupo, representando 61.272 registros a menos.

A gerente da pesquisa, Klívia Brayner, atribui parte dessa redução ao encerramento da fase emergencial da pandemia de Covid-19.

“Podemos olhar para as informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, e ver que grande parte da queda no número de óbitos está relacionada ao fim da pandemia. É uma queda muito importante, pois estamos retornando aos patamares pré-pandemia”, disse.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o fim da ESPII (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional) em maio de 2023.

Segundo o SIM, houve 55,7 mil mortes a menos em 2023 na categoria “Doenças por vírus de localização não especificada”, associadas à Covid-19.

Queda de óbitos nas regiões

A redução de óbitos foi observada em todas as grandes regiões do país e em 23 das 27 unidades da federação. As maiores quedas foram registradas nas regiões Sul (−8,0%) e Nordeste (−5,3%).

A região Norte teve a menor variação negativa (−2,3%). Entre os estados, Paraíba (−11,8%) e Rio Grande do Sul (−10,2%) apresentaram os maiores recuos percentuais.

Do total de óbitos em 2023, 783 mil ocorreram entre homens e 646 mil entre mulheres. Em relação ao ano anterior, os registros de mortes masculinas caíram 4,9%, enquanto os femininos recuaram 5,2%. A razão entre os sexos passou de 120,8 para 121,2 óbitos masculinos para cada 100 femininos.

O percentual de sub-registro de óbitos no país foi estimado em 3,55% em 2023, praticamente o mesmo patamar de 2022 (variação de −0,1 ponto percentual). As regiões Norte (12,29%) e Nordeste (7,83%) concentraram os maiores índices.

Grupos etários

Idoso se exercitandoBanco de imagens/freepik

Entre os grupos etários, as estimativas mais elevadas de sub-registro foram observadas nos óbitos neonatais (até 27 dias de vida), com 12,03%, e nos pós-neonatais (de 28 a 364 dias), com 10,19%.

Entre os estados, Maranhão (43,00%), Amapá (42,36%) e Piauí (33,02%) apresentaram os maiores percentuais de sub-registro de mortes de crianças com menos de um ano de idade.

Além da queda nos óbitos, outros dados do Registro Civil mostram tendências demográficas. O número de nascimentos em 2023 foi de 2,52 milhões, com recuo de 0,7% em relação ao ano anterior. Esse foi o quinto ano consecutivo de queda.

O percentual estimado de sub-registro de nascimentos foi de 1,05%, o menor desde o início da série histórica, em 2015.

A região Norte concentrou a maior proporção (3,73%), seguida do Nordeste (1,49%). O grupo com maior sub-registro foi o de mães com menos de 15 anos (6,57%).

Casamentos

O total de casamentos civis registrados em 2023 foi de 940,8 mil, queda de 3% em relação a 2022. Por outro lado, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo atingiram o maior número já registrado, com 11,2 mil uniões, um aumento de 1,6% no período. Os divórcios cresceram 4,9%, totalizando 440,8 mil registros em 2023.

Para identificar os casos de sub-registro, o IBGE realiza o cruzamento das bases do Registro Civil e do Ministério da Saúde e aplica o método estatístico de captura e recaptura, utilizado para estimativas indiretas de cobertura dos dados administrativos.

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