Entenda por que Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF

A crise de governança na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganha novo capítulo com o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência. A decisão partiu do desembargador Gabriel Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que anulou judicialmente um acordo firmado no início do ano. O magistrado nomeou Fernando Sarney como interventor e ordenou a convocação imediata de novas eleições.

Segundo a decisão, o acordo que sustentou juridicamente a permanência de Ednaldo no cargo apresenta indícios de irregularidades. Entre os elementos apontados está a suposta falsificação da assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade e um dos signatários do documento. Um laudo pericial já indicaria a ausência de veracidade da assinatura, agravando a situação.

O próprio Fernando Sarney, agora nomeado interventor, foi um dos que contestaram a validade do acordo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado da deputada federal Daniela do Waguinho. Ambos alegam que o documento utilizado para encerrar o processo eleitoral em curso foi assinado sob falsidade material, o que colocaria todo o pleito sob suspeita.

O caso foi devolvido ao TJ-RJ pelo ministro do STF Gilmar Mendes, que exigiu investigação imediata e detalhada dos fatos. Coronel Nunes foi convocado a depor, mas não compareceu por problemas de saúde. Sem o depoimento, o desembargador optou por prosseguir com a decisão, baseada nos laudos disponíveis e nos indícios documentais já apresentados pelas partes.

Fernando Sarney é um dos atuais vice-presidentes da CBF, mas rompeu politicamente com Ednaldo Rodrigues. Seu nome não constava na chapa reeleita por aclamação em março deste ano. A nomeação dele como interventor representa um novo realinhamento político interno na cúpula do futebol brasileiro e o início de uma nova disputa de bastidores.

Essa é a segunda vez que Ednaldo é afastado do cargo por decisão judicial. A primeira, em dezembro de 2023, foi revertida semanas depois. A reincidência do afastamento escancara a fragilidade institucional da CBF e alimenta dúvidas sobre a lisura e a estabilidade dos processos de escolha de seus dirigentes.

A decisão desta quinta-feira marca um momento de alta tensão na entidade. Com Sarney à frente como interventor, abre-se nova janela para reorganizar o comando, mas também para aprofundar o racha político entre os grupos que disputam a liderança da CBF. O calendário da seleção e dos clubes, neste cenário, pode acabar impactado por decisões extracampo.

Fonte: Istoe e Ge.

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