Semana difícil para a renda variável: FED, Europa e commodities pressionam mercados

A semana foi marcada por fortes pressões nos mercados globais, afetando renda variável, commodities e ativos de risco. Marco Prado, apresentador do Pre-Market, destacou que os problemas internos no Brasil se somaram à aversão ao risco internacional, em um ambiente econômico conturbado.

Nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Jeremy Powell, anunciou um corte de 0,25% nos juros, mas alertou que o ritmo de cortes para 2025 será menor do que o esperado. Segundo Prado, a postura do Fed trouxe forte aversão ao risco no mercado global, resultando em quedas expressivas na Nasdaq e em ativos como o Bitcoin.

Além disso, embora o índice PCE (principal indicador de inflação dos EUA) tenha vindo em linha com as projeções, os dados do mercado de trabalho continuam robustos, o que mantém a necessidade de monitoramento inflacionário mais rígido.

No continente europeu, a inflação na Alemanha veio acima do esperado, reforçando o cenário de fraqueza econômica. No Reino Unido, as vendas no varejo decepcionaram, ficando abaixo das expectativas. Além disso, as recentes declarações de Donald Trump sobre ameaças de taxação ao continente europeu intensificaram o clima de incerteza e podem afetar as exportações europeias no futuro próximo.

As bolsas asiáticas ficaram instáveis e sem direção clara ao longo da semana. Prado chamou atenção para a fraqueza do minério de ferro, que pressionou o mercado global e contribuiu para a queda generalizada das commodities.

Brasil: Intervenção cambial não segura o dólar

No Brasil, o Banco Central realizou uma forte intervenção no mercado cambial, com venda expressiva de dólares para conter a disparada da moeda norte-americana. Apesar dos esforços, a cotação do dólar se manteve próximo ao patamar de R$ 6,10, frustrando as expectativas.

Marco Prado destacou que “o comportamento da moeda reflete não apenas fatores externos, mas também a desconfiança dos investidores com o cenário fiscal brasileiro, que segue sem soluções claras no curto prazo“. A forte demanda por dólar reforça a busca de proteção diante da incerteza econômica.

Expectativas para o fim do ano

Com apenas duas semanas de mercado antes do encerramento de 2024, Prado sugere que o mercado brasileiro pode apresentar um cenário mais calmo, mas com volatilidade ainda presente, principalmente no dólar. Segundo ele, “é preciso torcer para que a desconfiança fiscal não pressione ainda mais os ativos locais“.

Os problemas internos e externos convergiram para uma semana difícil. Expectativas para o fim do ano. O desafio agora é manter o equilíbrio até o fim do ano”, concluiu Prado.

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