Na China, ministros de Lula avaliam que CPI do INSS não vai prosperar

Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com experiência no Congresso Nacional disseram ao Poder360 que o requerimento para criar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), formada por deputados e senadores para investigar as fraudes no instituto, não deve prosperar nas próximas semanas.

A avaliação é que, mesmo com o número suficiente de assinaturas no Congresso para instaurar a investigação, as lideranças partidárias devem segurar o requerimento e aguardar mais apurações da PF (Polícia Federal) sobre as fraudes no órgão. Os motivos, segundo os ministros, seriam:

  • a investigação emperraria votações importantes e com impacto econômico como a isenção do imposto de renda;
  • congressistas da oposição que tinham mandato no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não desejam a CPMI.

De acordo com os ministros, existe um clima no Congresso para terminar o ano de forma positiva na agenda econômica.

Outro fator que pesa, segundo os membros da Esplanada, é que os trabalhos da CPMI podem respingar em membros do Centrão, já que o roubo do dinheiro dos idosos percorreu ao menos 2 governos.

Se por um lado a oposição vai pressionar o aumento dos descontos sobre o 3º mandato de Lula, o governo apostaria sua narrativa de que foi a gestão Bolsonaro o marco zero dos desvios.

A oposição conseguiu 241 assinaturas no requerimento de criação da CPMI do INSS na 2ª feira (5.mai). O pedido foi assinado por 32 senadores e 209 deputados. O mínimo para que o pedido seja protocolado é de 27 senadores e 171 deputados.

A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) foram as responsáveis por colher as assinaturas.

Fernanda não era deputada no governo anterior e Damares foi ministra das Mulher, Família e Direitos Humanos durante toda a gestão Bolsonaro –até sair para concorrer ao Senado.

Como mostrou o Poder360, o Planalto já articula estratégias para reagir à péssima repercussão do esquema de fraudes no INSS. A ordem é abafar o caso com algum fato que tenha potencial para se tornar um escândalo de corrupção durante a gestão de Bolsonaro.

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