Como cortes na Nasa afetam o programa espacial dos EUA

Trump pretende reduzir orçamento da agência espacial americana em 24% e quer que exploração de Marte seja prioridade.O governo de Donald Trump propôs cortes bilionários no orçamento da Nasa, a agência espacial americana, colocando em risco importantes parceiras e mudando os rumos de missões que já estão em andamento. O republicano também deseja que a prioridade da agência espacial seja Marte e não mais a Lua.

A proposta de orçamento para a Nasa, apresentada no início de maio, prevê cortes no programa lunar Artemis, que visa levar a primeira mulher e o próximo homem à Lua em 2027 e do qual a Europa é parceira técnica e científica.

O diretor da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), Josef Aschbacher, enfatizou a importância da cooperação das atividades espaciais e disse que a ESA está avaliando como a redução do orçamento da Nasa afeta o trabalho em conjunto.

Se o corte foi confirmado numa proposta detalhada que deve ser apresentada no final de maio ou início de junho, segundo a agência de notícias Reuters, seriam retirados cerca de 6 bilhões de dólares (R$ 33 bilhões) do orçamento da Nasa para dar um impulso à agenda focada em Marte promovida pelo bilionário CEO da SpaceX, Elon Musk.

O Congresso americano precisa aprovar as medidas para que entrem em vigor. Os cortes propostos seguem as reduções anunciadas em março, que resultaram no fechamento de três escritórios da Nasa e no fim dos cargos de cientista-chefe e técnico-chefe.

Mudança de foco

O orçamento proposto reduziria as verbas atuais disponíveis pela Nasa por ano de 24,8 bilhões de dólares (cerca de R$ 140 bilhões) em 24%, ameaçando possivelmente grandes projetos científicos e o trabalho de pesquisadores em todo o mundo. De acordo com a Reuters, os cortes, no entanto, não atingiriam os programas de exploração humana.

O governo de Trump propôs, de fato, um aumento de 1 bilhão de dólares para programas focados em Marte. Isso sinalizaria uma mudança nas prioridades da Nasa, deixando de lado a Lua, que recebeu destaque no primeiro governo Trump, e focando em Marte, algo impulsionado por Musk.

Os programas do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da Nasa, que enfrenta a explosão do orçamento, e da cápsula da tripulação da nave espacial Orion seriam encerrados até 2027. Em vez disso, o programa de foguetes Starship da SpaceX deve substituir o SLS e a Orion em longo prazo. Em março, a empresa de Musk garantiu um contrato de serviços de lançamento com a Nasa até 2032.

Lua: porta de entrada para Marte

Em um comunicado divulgado em 2 de maio, a Casa Branca manteve o foco orçamentário da Nasa “no financiamento para chegar à Lua antes da China e colocar o primeiro humano em Marte”. A mensagem ecoou um comunicado da Nasa de 29 de abril, que disse estar “colocando a agenda América em primeiro lugar em prática” e “garantindo que os EUA vençam a corrida espacial nesse momento crítico”.

“Ao alocar mais de 7 bilhões de dólares para a exploração lunar e mais injetar mais de 1 bilhão de dólares em programas focados em Marte, será garantido que os esforços americanos de exploração espacial humana permanecem incomparáveis, inovadores e eficientes”, disse a Nasa.

O governo americano afirmou que os cortes devem atingir os serviços de TI da Nasa e uma parcela de funcionários, além do centro de operações, manutenção de instalações, obras e atividades de conformidade ambiental. Iniciativas focadas em clima e meio ambiente também serão suspensas.

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