Professores estaduais decidem manter mobilização em São Paulo, mas sem parar

Assembleia da greve dos professores

Categoria decidiu ter agenda de mobilização da greve dos professores sem paralisar atividades – Foto: Divulgação/Deputada Prof Bebel

Os profissionais da rede estadual de São Paulo decidiram manter a mobilização da greve dos professores, mas sem parar as atividades. A decisão foi tomada em assembleia realizada no início da noite desta sexta-feira (9), na capital paulista e organizada pelo sindicato da categoria: Apeoesp. Segundo a organização, o ato reuniu 3,5 mil pessoas na praça da República.

Uma nova assembleia foi agendada para 6 de junho, às 16h, na Avenida Paulista, mesmo dia em que ocorre uma segunda reunião de conciliação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) entre o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e a Secretaria Estadual da Educação (Seduc).

Na primeira reunião de conciliação, a justiça decidiu paralisar a ação do governo de São Paulo contra greve dos professores para ocorrer novas rodadas de negociação entre as duas partes. Depois disso, o estado aceitou criar uma mesa permanente de negociação e passou a realizar estudos técnicos para atribuição de aula, uma das queixas da categoria. A Seduc não se manifestou sobre a decisão da categoria de manter a mobilização.

A pauta da greve dos professores inclui cobrança de reajuste salarial de, no mínimo, 6,27%, índice do governo federal para o piso nacional dos professores, a convocação imediata de 44 mil professores aprovados em concurso público, climatização das escolas da rede estadual e fornecimento de alimentação para os docentes nas unidades escolares.

Governador Tarcísio de Freitas apresentou projeto de lei de reajuste de 5% aos servidores estaduais – Foto: Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP

Tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), projeto do governo do estado que reajusta em 5% os salários do funcionalismo estadual, incluindo os professores. No final de abril, a Seduc informou ao portal ND Mais que realizou o primeiro concurso em dez anos para contratação de professores do ensino fundamental e médio, aprovando 15 mil novos profissionais.

Ainda segundo a pasta, os primeiros selecionados já estão atuando e ingressaram na nova carreira, que conta com salário inicial de R$ 5,3 mil para uma jornada de 40 horas semanais. “Valor superior ao piso nacional da categoria”, diz nota. Apesar do déficit de profissionais efetivos, São Paulo não aparece na lista dos cinco estados com mais temporários.

Segunda presidente do sindicato e deputada estadual pelo PT, Professora Bebel (com microfone), defendeu decisão da categoria – Foto: Divulgação/Deputada Prof Bebel

A segunda presidente do sindicato e deputada estadual pelo PT, Professora Bebel defendeu a decisão da assembleia da greve dos professores. “Com a mobilização da categoria, conseguimos a proposta de 5% para todo o funcionalismo. No entanto, é insuficiente para recompor até mesmo nossas perdas mais recentes e garantir o poder de compra. Por isso nossa mobilização continua e vamos dialogar com os deputados para que seja feita a ampliação do reajuste.”

Mobilização da greve dos professores

Na assembleia desta sexta-feira da greve dos professores ficou decidida a realização de uma série de ações para tentar pressionar o governo Tarcísio. Estão previstas vigílias, panfletagens, atos regionais, carreatas, visitas às escolas, reuniões com aposentados e representantes escolares, além de aulas públicas sobre o piso salarial e a carreira docente.

Os professores também farão rodízio de mobilização na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e querem buscar apoio em Câmaras Municipais do estado, além de fazer abaixo-assinados junto à comunidade escolar.

A proposta do estado de reajustar em 5% o salário do funcionalismo público tramita em regime de urgência na Alesp. Segundo o governo, a medida atinge 925 mil pessoas e impacta o orçamento de 2025 em R$ 2,4 bilhões.

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