Portuguesa tem falhas contábeis em recuperação judicial

Relatório de atividades mensais do administrador do processo de recuperação judicial da Portuguesa indicou problemas nas demonstrações contábeis.

O documento apresentado à Justiça na 3ª feira (6.mai.2025) questiona a ausência de dados financeiros da SAF (Sociedade Anônima de Futebol), cuja criação sofre críticas de dirigentes do clube.

O valor do investimento da Portuguesa na SAF não foi reconhecido em seus livros contábeis. Também não foi reconhecido o resultado da equivalência patrimonial, proporcional à sua quota de participação, inviabilizando o acesso à informação sobre eventuais ganhos ou perdas no investimento. Esta Auxiliar não teve acesso a quaisquer dados contábeis e financeiros da SAF que, nesse momento, é um ativo relevante da recuperanda”, escreveu o administrador judicial em seu relatório.

A Justiça ainda não se posicionou sobre o parecer apresentado pelo administrador  nem definiu os próximos passos na recuperação judicial —forma de uma empresa lidar com credores, com mediação da Justiça, a fim de evitar a falência.

A recuperação judicial da Portuguesa corre em paralelo a uma disputa em torno da SAF. O conselheiro do clube Daniel Gil Gomes tenta anular a assembleia de 18 de março de 2025 que autorizou a criação da sociedade. Ele argumenta que o processo desrespeitou o estatuto do time.

O clube tem 20% da SAF. A Tauá Partners controla 80% da sociedade. O balanço de 2023 mostra uma dívida de R$ 604 milhões. O pedido de recuperação judicial, porém, menciona R$ 550 milhões, valor que a SAF se compromete a pagar. Uma auditoria da BDO revelou um quadro mais grave: uma dívida real de R$ 931 milhões. A Portuguesa, como sócia de 20% da SAF, herdará parte dos débitos.

 

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