Diácono afirma que Papa Leão XIV deve dialogar com diversidade social e enfrentar polarização política: “dar continuidade ao que Francisco constituiu”

O Diácono Ringson Toledo afirmou, nesta quinta-feira (8), que o novo Papa, Leão XIV, deve dialogar com a diversidade social e enfrentar a polarização política em todo o mundo.

Conforme observou o ClickPB, o Papa Leão XIV foi anunciado como o novo pontífice no início da tarde desta quinta-feira (8), que vai substituir Papa Francisco.

Em entrevista concedida ao Programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, o Diácono explicou que Papa Leão XIV deve ‘iluminar’ e enfrentar a divisão política, utilizando o evangelho de Jesus Cristo.

“Tenho duas imagens bíblicas: a imagem de Babel e a de Pentecostes. Na Torre de Babel, todos falam em línguas muito próximas da realidade, mas o homem estava numa ânsia de querer elevar uma estrutura, uma Torre para chegar até Deus, mas tudo baseado numa arrogância. Babel é sinônimo de confusão. Pentecostes é o sinônimo de, embora falando línguas diferentes, mas na perspectiva da unidade, todos entendiam inclusive o que cada um queria falar na sua própria língua. Trago estas duas imagens bíblicas para dizer o seguinte: o próximo Papa precisa ser um homem que deve iluminar toda essa divisão política como evangelho e com a mensagem de Pentecostes. O desafio do novo Papa, é não falar a linguagem de Babel, mas de Pentecostes. Significa iluminar essa polarização com o evangelho de Jesus Cristo”, explicou o Diácono.

De acordo com o mestre em teologia, outro desafio a ser enfrentado por Leão XIV é dar continuidade ao que Papa Francisco constituiu, que também repetiu ações de outros pontífices ao longo da história da Igreja Católica.

“O desafio e talvez até uma espécie de obrigação moral, não sei se seria a mais correta, mas no sentido de que é fundamental na minha percepção, dá uma continuidade, não significa uma uniformidade, mas uma espécie de ‘crtrl c + v’ (copia e cola) de Francisco, mas é preciso levar a frente e dá continuidade pelo menos pragmaticamente do ponto de vista de uma proposta pastoral aquilo que o Papa Francisco, de certo modo, conseguiu enraizar, constituir, trazer, que não foi apenas uma inovação de Francisco, que também repetiu muitos gestos de Papas anteriores como João Paulo II, Bento XVI, Paulo VI, João XXIII e outros, é uma continuidade, a chamada hermenêutica não da ruptura, mas da continuidade”, destacou o mestre em teologia.

Segundo Ringson Toledo, um dos principais desafios para o novo pontífice da Igreja Católica na atualidade é o diálogo com a diversidade social.

“É indiscutível que a Igreja continue a entender que ela é uma entidade presente no mundo, que não pode prescindir de um diálogo com essa diversidade que a sociedade de hoje apresenta. Não significa negar sua doutrina, rasgar, passar um ‘x’, naquilo que ela crê como um depósito da fé, não é negar o que Cristo negou aos apóstolos, isso precisa estar muito claro também, mas acima de tudo ter uma postura de quem se propõe a continuar este espírito de abertura e diálogo, com as instituições, com a diversidade e sociedade civil de modo geral. Essa proximidade, uma Igreja de portas abertas, é preciso replicar o que Francisco insistia muito, pois não dá para a instituição falar para si própria, não dá para a Igreja Católica pensar que ela é a única instituição na sociedade, não dá para ficar apenas adentra, achar que tudo se resolve dentro da sacristia e está tudo muito bem, não é por aí”, afirmou Ringson Toledo.

‘Evasão’ do Catolicismo e Cristianismo

Ringson Toledo explicou também que outro desafio importante a ser enfrentado pela Igreja Católica é a ‘evasão’ do Catolicismo e Cristianismo em geral, nos próximos dez anos.

Segundo ele, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de pessoas crentes em Deus, mas que não seguem nenhuma religião, vem crescendo acima do aumento de evangélicos.

“O pároco que chega para ser pároco numa paroquia x, y, z ele tem ali uma diversidade religiosa. Hoje cresce muito estatisticamente o número de pessoas crentes em Deus mas não pertencentes a nenhuma Igreja, estatisticamente cresce até mais que o número de evangélicos, isso está no IBGE. É uma prospecção para os próximos dez anos, o número de pessoas que dizem ‘você crê em Deus? Eu creio, numa força, numa energia e etc’, mas não pertence a Igreja nenhuma. Isso é um problema que a Igreja precisa refletir, o que pastoralmente precisamos fazer para alcançar o coração destas pessoas, o que nos não fizemos, aquela chamada metodologia, que não significa negar aquilo que ela crê, a sua doutrina, o depósito da fé”, concluiu Ringson Toledo.

Assista ao programa:

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