Embraer tem prejuízo de R$ 429 milhões no 1º trimestre

A Embraer teve prejuízo líquido ajustado de R$ 429 milhões no 1º trimestre de 2025. O resultado é mais de seis vezes pior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a perda foi de R$ 64 milhões. O desempenho também representa uma reversão em relação ao lucro líquido ajustado nos três meses anteriores.

Segundo balanço divulgado nesta 3ª feira (6.mai.2025), o resultado foi pressionado por R$ 728 milhões em despesas com impostos diferidos e outros R$ 192 milhões ligados a opções de ações da empresa de mobilidade aérea Eve, subsidiária voltada à construção do “carro voador”. Eis a íntegra do documento (PDF – 13 mB).

A receita líquida totalizou R$ 6,4 bilhões no trimestre, uma queda de 53% em relação aos R$ 13,7 bilhões do trimestre anterior, efeito típico da sazonalidade do setor. Contudo, a cifra representa o  melhor 1º trimestre desde 2016 e alta de 44% na comparação anual.

O Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 621 milhões, alta de 165% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda subiu de 5,3% para 9,7%.

CAIXA E ENTREGAS

Apesar da melhora operacional, a Embraer enfrentou um forte consumo de caixa livre no trimestre, que somou R$ 5 bilhões. Com isso, o caixa disponível caiu de R$ 9,7 bilhões em dezembro para R$ 4,7 bilhões em março.

A companhia atribuiu a saída de recursos ao aumento do capital de giro para suportar um maior volume de entregas no ano. Os estoques subiram 28% em relação ao 1º trimestre de 2024, passando de R$ 15,6 bilhões para R$ 20 bilhões.

Entre janeiro e março, foram entregues 30 aeronaves, sendo:

  • 7 comerciais; e
  • 23 executivas.

No mesmo período de 2024, a Embraer entregou 25 jatos.

A carteira de backlog (pedidos firmes) encerrou o trimestre em US$ 26,4 bilhões, novo recorde histórico. O valor supera os US$ 26,3 bilhões registrados no fim de 2024 e representa alta de 25% em relação a março do ano passado.

ESTIMATIVAS PARA 2025

Para o ano, as estimativas de entregas da companhia seguem inalteradas:

  • de 77 a 85 aeronaves na Aviação Comercial;e
  • de 145 a 155 unidades na Aviação Executiva.

A companhia projeta receita entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões, com margem Ebitda ajustada variando de 7,5% a 8,3%.

O fluxo de caixa livre ajustado deve alcançar pelo menos US$ 200 milhões no ano.

A Embraer ainda destacou que os resultados não foram impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

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