Nova tabela de isenção do Imposto de Renda começa a valer; confira detalhes

Entrou em vigor nesta quinta-feira (1º) a nova tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 3.036,00 mensais, o equivalente a dois salários mínimos atualizados.

A mudança promete impactar diretamente milhões de trabalhadores e aposentados brasileiros e é parte da promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Essa atualização segue a tendência iniciada em 2023 e reafirma o compromisso do governo com a correção da defasagem histórica da tabela do IR, congelada desde 2015 para a maioria das faixas de renda.

As alterações ainda se limitam às duas primeiras faixas de cobrança, deixando a faixa intermediária e a de alta renda inalteradas, por hora. Confira mais detalhes a seguir.

O que muda na prática com a nova tabela do IR?

A principal mudança é o novo limite de isenção do Imposto de Renda. Com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518,00 em 2025, a faixa de isenção passou para quem recebe até R$ 3.036,00 por mês.

Ou seja, milhões de brasileiros que antes pagavam imposto sobre seus rendimentos agora ficam livres da cobrança.

A tabela do Imposto de Renda continua com o modelo progressivo, no qual quem ganha mais paga alíquotas maiores. Confira abaixo a tabela atualizada para o ano de 2025:

Tabela de desconto progressiva Imposto de Renda 2026 (mensal)
Faixa de rendimento mensal Alíquota Parcela a deduzir
Até R$ 3.036,00

Isento

R$ 0,00

De R$ 3.036,00 a R$ 3.533,31

7,5%

R$ 182,16

De R$ 3.533,31 a R$ 4.688,85

15%

R$ 394,16

De R$ 4.688,85 a R$ 5.830,85

22,5%

R$ 675,49

Acima de R$ 5.830,85

27,5%

R$ 908,73

visualização:

Importante: Essas faixas são válidas para rendimentos a partir de maio de 2025 e serão consideradas na declaração do IRPF em 2026.

Por que essa mudança só vale a partir de agora?

Embora o novo salário mínimo tenha sido definido no início do ano, o ajuste da tabela do IR só pôde ser oficializado em abril, por meio de uma Medida Provisória (MP).

O motivo do atraso foi a demora na aprovação do orçamento de 2025, sancionado pelo Congresso apenas no último mês.

Essa espera acabou postergando o reajuste da faixa de isenção, que só começou a valer a partir de 1º de maio.

Ou seja, quem recebeu acima de R$ 2.640,00 entre janeiro e abril ainda terá que declarar esses valores com base nas regras antigas.

Quem ganha mais de R$ 3.036 ainda paga imposto?

Sim. Quem ultrapassa dois salários mínimos continua a pagar Imposto de Renda, mas agora dentro de um novo modelo, em que os primeiros R$ 3.036,00 são isentos.

Isso significa que apenas a parcela que exceder esse valor será tributada de acordo com a tabela progressiva.

Confira: Guia de Imposto de Renda meutudo

Esse formato garante que todos os contribuintes sejam beneficiados, mesmo que parcialmente, pelo aumento da faixa de isenção.

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Reforma tributária mais ampla está a caminho?

O governo Lula também trabalha em uma reforma mais ambiciosa do IR, que pretende elevar a faixa de isenção para até R$ 5 mil.

O projeto de lei foi enviado ao Congresso Nacional em março de 2025, mas ainda aguarda análise e votação.

Segundo o texto, a perda de arrecadação seria compensada com a criação de novas faixas de alíquota para rendimentos superiores a R$ 600 mil por ano.

A medida também prevê tributar mais fortemente os chamados super-ricos, promovendo maior justiça fiscal.

Impacto da nova tabela para os contribuintes

O impacto será mais evidente em 2026, quando os contribuintes declararem os rendimentos de 2025. Para muitos brasileiros, isso significará:

  • Menor valor de imposto a pagar ou até isenção total
  • Redução na retenção na fonte, com aumento no valor líquido mensal
  • Simplificação na declaração, especialmente para os trabalhadores de menor renda

Segundo dados do governo, cerca de 15 milhões de brasileiros deixarão de pagar Imposto de Renda com a nova regra.

Como o salário mínimo influencia no Imposto de Renda?

A nova política de valorização do salário mínimo também afeta diretamente o IR. Desde dezembro de 2023, a regra considera o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, além da inflação, para calcular o reajuste.

Neste ano, o valor do mínimo subiu para R$ 1.518,00, o que por si só já eleva a base de cálculo dos benefícios como Bolsa Família, aposentadorias e pensões.

Com o salário mínimo mais alto, a base de isenção do IR também precisa subir para manter o poder de compra das faixas mais baixas, promovendo uma melhor distribuição de renda.

O que fazer agora?

Se você recebe até R$ 3.036,00 por mês, não precisa mais se preocupar com o desconto do IR na folha de pagamento a partir de maio. Porém, é importante guardar seus comprovantes de rendimentos para a declaração de 2026.

Já para quem ultrapassa esse valor, o ideal é acompanhar de perto as atualizações da tabela e considerar fazer um planejamento tributário ainda neste ano para aproveitar melhor os benefícios da progressividade.

A nova tabela do Imposto de Renda representa um passo importante na correção de uma das maiores distorções do sistema tributário brasileiro.

Embora limitada às faixas mais baixas, a mudança já traz alívio financeiro imediato para milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS.

O governo promete ir além, e a expectativa agora recai sobre a aprovação da reforma tributária mais ampla ainda em 2025.

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