Meta cobra indenização de empresa israelense por espionagem no WhatsApp

Resumo
  • A Meta está na fase final do processo contra a NSO Group, iniciado em 2019 por espionagem via Pegasus no WhatsApp, e agora busca US$ 440 mil em danos.
  • O spyware Pegasus, desenvolvido pela NSO, infectou mais de 1.400 dispositivos, inclusive de autoridades em 20 países, permitindo acesso a mensagens, localização e câmeras.
  • A NSO argumenta que não houve dano material ao WhatsApp e que o Pegasus tinha bloqueio regional para evitar uso em aparelhos dos EUA.

A Meta iniciou nesta semana a fase final do processo contra a NSO Group, empresa israelense responsável pelo desenvolvimento do software espião Pegasus. A ação, movida em 2019, acusa a companhia de espionar via WhatsApp autoridades do alto escalão de pelo menos 20 países em cinco continentes.

A Justiça dos EUA já considerou a NSO culpada pelas violações, e o julgamento atual deve definir o valor da indenização — com veredicto previsto para esta segunda-feira (05/05). 

A plataforma de Mark Zuckerberg pede mais de US$ 440 mil em danos compensatórios, referentes aos custos com investigação e bloqueio do ataque, além de indenizações punitivas por violações contratuais e de leis estaduais e federais de segurança cibernética. O processo corre em Oakland, na Califórnia.

Pegasus transformou celulares em dispositivos de espionagem

Segundo a Meta, o Pegasus foi instalado remotamente em mais de 1.400 dispositivos, incluindo os de militares, ativistas, jornalistas e diplomatas, além de funcionários do Departamento de Estado dos EUA. 

O ataque utilizou os próprios servidores do WhatsApp para entregar o spyware, que infectou iPhones e Androids. Uma vez ativo, o software permitia copiar mensagens, rastrear localização, gravar chamadas e ativar microfones e câmeras sem o conhecimento dos usuários.

A Meta também afirma que a NSO criou contas falsas entre 2018 e 2019, usando números de telefone de países como Israel, Indonésia, Suécia, Holanda e Brasil, com o objetivo de enviar os malwares às vítimas.

No tribunal, a Meta afirmou que o app espião de WhatsApp representou uma ameaça direta à missão de segurança e privacidade da companhia. A plataforma alegou ter mobilizado sua equipe técnica durante 12 dias para corrigir a falha e lançar um patch de segurança.

A NSO alega que o WhatsApp não sofreu qualquer dano material e que o Pegasus permaneceu nos servidores por apenas frações de segundo. A defesa sustenta que o spyware possui bloqueio regional, o que impediria seu uso contra números de telefone dos EUA. Além disso, a companhia israelense acusa a Meta de ter mantido o programa ativo em seus servidores para tentar obter segredos comerciais.

Relembre o caso

O processo começou em 2019 e teve repercussão global por envolver autoridades espalhadas pelo mundo. O WhatsApp detectou, à época, uma violação de segurança causada pelo Pegasus, que hackeou pelo menos 1.400 celulares entre 29 de abril e 10 de maio de 2019.

O spyware foi criado pela NSO Group para ser vendido a governos e agências de inteligência como ferramenta de combate ao crime e ao terrorismo, segundo a própria empresa. No entanto, investigações revelaram que o software foi usado para espionar civis.

A NSO foi incluída em 2021 na lista de entidades proibidas pelo Departamento de Comércio dos EUA, por representar riscos à segurança nacional. Desde então, enfrenta sanções e restrições internacionais.

Com informações da Courthouse News Service

Meta cobra indenização de empresa israelense por espionagem no WhatsApp

Adicionar aos favoritos o Link permanente.