Marco Feliciano diz que pode votar contra cassação de Glauber Braga

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) afirmou nesta 3ª feira (29.abr.2025) que está “disposto a votar contra a cassação” de Glauber Braga (Psol-RJ), desde que o congressista do Psol peça a ele desculpas por ofensas que teria feito contra sua mãe.

Feliciano deu a declaração durante a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que analisa o processo de cassação do psolista, que é acusado de quebra de decoro parlamentar por agredir e expulsar em 2024 o youtuber e integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) Gabriel Costenaro. Em 2017, os 2 protagonizaram uma discussão em uma audiência na Casa Baixa. Na época, o deputado do PL acusou o do Psol de ter chamado a sua mãe de “puta”.

Segundo Marco Feliciano, ele sentiu a mesma dor que Glauber. O deputado do Psol disse que a agressão foi por causa de ofensas à sua mãe, Saudade Braga, que tinha alzheimer e morreu dias depois.

O congressista do PL disse que perdeu a mãe, Lucia Maria Feliciano, há 40 dias, e que não sabia o tamanho da dor. Ele afirmou que sua consciência e coração estão em conflito quanto à posição em relação ao processo de Braga.

“A minha consciência diz que nenhum deputado pode perder o mandato por coisas tão frívolas assim, porque, para mim, isso é frivolidade. Minha consciência me impede de votar a favor da cassação”, declarou.

O deputado disse estar disposto até a trabalhar para que amigos, que são deputados, votem contra a cassação de Braga, desde que ele lhe peça desculpas.

Enquanto Feliciano falava, Braga balançava a cabeça em negação à acusação e tentava rebater, mas só o deputado do PL tinha o microfone aberto. O psolista pediu tempo, no fim da sessão, para responder o deputado.

CASSAÇÃO

O processo contra Braga foi iniciado pelo Novo. A justificativa é a agressão contra Costenaro.

Contudo, Braga e aliados avaliam que a punição com a perda do mandato, considerada por eles desproporcional, pode ser uma retaliação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por causa da atuação do deputado contra o orçamento secreto.

O deputado e seu partido foram responsáveis por iniciar a ação judicial que fez o STF (Supremo Tribunal Federal) travar a destinação de emendas, em 2024.

À época, o congressista disse que Lira “sequestra” o Orçamento com a execução de emendas de congressistas.

Lira nega perseguição contra Braga. “De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do deputado Glauber Braga e ressalto que qualquer insinuação da prática de irregularidades, descasada de elemento concreto de prova que a sustente, dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”, disse o ex-presidente da Casa Baixa em suas redes sociais.

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