“No mínimo, houve falhas” do governo, diz CGU sobre desvios no INSS

O ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius de Carvalho, afirmou que há, “no mínimo”, indícios de falhas do governo federal no desvio de R$ 6,3 bilhões de aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por sindicatos e outras entidades.

“Se não houvesse indícios de falha, essas pessoas não teriam sido afastadas. Então, obviamente, há indícios claros de que houve falhas. No mínimo”, disse nesta 5ª feira (24.abr.2025) a jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília.

O ministro, no entanto, defendeu que a responsabilidade principal da fraude no sistema é das instituições envolvidas, apesar dos “indícios claros” que de houve falhas do governo. De acordo com ele, os funcionários públicos identificados como envolvidos no caso serão punidos.

AUDITORIA

A CGU informou que uma auditoria foi feita depois de identificar um aumento súbito no montante dos descontos para mensalidades associativas realizados na folha de pagamento dos beneficiários.

Segundo o órgão, em 2022, o valor dos descontos realizados foi de R$ 706,2 milhões. Em 2024, o montante mais do que triplicou, chegando a R$ 2,6 bilhões.

Foram entrevistados 1.273 beneficiários de abril a julho de 2024 em todos os Estados do país. Do total, 96% disseram não participar de nenhuma associação. O relatório sobre a auditoria foi elaborado em setembro de 2024, mas só foi divulgado agora. Leia a íntegra (PDF – 4,9 MB).

ENTENDA

A PF deflagrou na 4ª feira (23.abr) a operação Sem Desconto, que investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.

Ao todo, 6 pessoas foram afastadas de suas funções. Dentre elas, o presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, que foi demitido no mesmo dia por Lula.

Em nota, a PF disse que a investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

Os crimes em investigação são:

  • corrupção ativa e passiva;
  • violação de sigilo funcional;
  • falsificação de documento;
  • organização criminosa;
  • lavagem de capitais.

Leia mais: 

  • CGU diz que pediu suspensão de descontos ao INSS desde 2024
  • Sem explicar como, governo afirma que ressarcirá aposentados após fraude
  • Lupi descarta saída de ministério após demissão de indicado ao INSS
Adicionar aos favoritos o Link permanente.