Fluxo de atendimento no HRO é avaliado em visita de comitiva da Secretaria de Saúde do Estado

Fluxo de atendimento será revisto com adoção do protocolo catarinense de classificação de risco. – Foto: Arquivo/ND

O fluxo de atendimento no HRO (Hospital Regional do Oeste) foi avaliado em visita técnica de comitiva da Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina, nesta quinta-feira (24), em Chapecó.

Embora a visita já estivesse programada, a morte de João Maria Teixeira Machado, de 54 anos, enquanto aguardava o resultado de exames na emergência do hospital, antecipou e reforçou a necessidade da presença da equipe no local.

Segundo Alfredo Schmidt, gerente técnico da Superintendência de Urgência e Emergência da SES, o objetivo da visita foi acompanhar de perto a reforma da emergência, avaliar o fluxo de atendimento e dialogar com a direção do hospital sobre procedimentos administrativos e logísticos para aprimorar o serviço prestado à população.

Visita técnica da SES avaliou fluxo de atendimento no HRO e acompanhou obras de ampliação. – Foto: Secretaria de Estado da Saúde/ND

“Ficamos bastante satisfeitos com o que observamos. Diversos processos foram alterados nos últimos 30 a 60 dias. Visitamos as obras e acreditamos que o hospital está, de fato, trilhando o caminho certo para realizar mudanças que há muito tempo são necessárias — e que, agora, acreditamos que finalmente sairão do papel”, afirmou em entrevista à NDTV RECORD.

Fluxo de atendimento será revisto

Schmidt destacou que as alterações em curso dizem respeito, principalmente, ao processo de acolhimento dos pacientes na emergência. Entre as novidades, está a implementação do protocolo catarinense de classificação de risco, que promete tornar o atendimento mais ágil e eficiente.

“Essas mudanças já estavam em andamento desde a alteração na gestão hospitalar”, reforçou.

Segundo o HRO, atualmente, o hospital utiliza um protocolo de classificação de risco “não oficial”, baseado no protocolo padrão internacional de classificação.

Classificação catarinense de risco será adotada após avaliação do fluxo de atendimento no HRO. – Foto: Arquivo/ND

“No entanto, já iniciamos o processo de capacitação das equipes e estamos finalizando a documentação necessária para a implementação do Protocolo Catarinense de Classificação de Risco”, informou.

No período da tarde, a comitiva acompanhou de perto os atendimentos na emergência, para identificar outras possíveis melhorias que ainda possam ser adotadas.

Relembre o caso da morte de homem esperando pelo resultado de exames

João Maria teria morrido esperando resultados de exames na sexta-feira, 11 de abril, no HRO. A companheira do homem, Salete Lurdes de Oliveira Kroth, de 61 anos, acredita que a demora no atendimento contribuiu para a morte, mas o hospital afirma que o paciente recebeu todo o suporte necessário.

Segundo Salete, ela e o companheiro moram em Sul Brasil, município distante cerca de 73 quilômetros de Chapecó, e chegaram na unidade hospitalar de ambulância por volta das 15h, após João Maria ter sido atendido no hospital de Modelo, de onde foi transferido para o HRO.

João Maria, de 54 anos, morreu esperando resultado de exames no HRO. – Foto: Arquivo Pessoal/ND

“Eles não me deixaram entrar e eu voltei para casa. Quando cheguei lá, minha filha mandou uma mensagem para ele [João Maria] e ele disse que ainda não tinha sido atendido”, contou em entrevista à NDTV RECORD.

Salete diz que recebeu áudios do companheiro gemendo e relatando muita dor enquanto estava esperando resultados de exames e ainda aguardava por respostas de qual conduta médica seria adotada.

“Eu acho que faltou [cuidado], porque semana passada ele só ficou sentado em uma cadeira de ferro, nos dois dias enquanto esperava, não internaram em momento algum para investigar”, detalhou.

O atestado de óbito de João Maria descreve a causa da morte como sepse grave com choque séptico. “A gente vivia feliz e agora se foi minha felicidade”, acrescentou Salete.

João Maria tinha 54 anos e morava em Sul Brasil. – Foto: Alexandre Madoglio/ND

O que diz o hospital?

Em nota, a ALVF (Associação Lenoir Vargas Ferreira), gestora do HRO, disse que acompanhou com atenção e respeito os desdobramentos do caso, ocorrido no pronto-socorro.

Conforme a Associação, o paciente deu entrada no Pronto-Socorro do HRO às 14h54, com queixas de dores abdominais. Após o atendimento inicial, foi atendido pela equipe de enfermagem às 15h27, quando recebeu a classificação de risco amarela, conforme o Protocolo Catarinense de Acolhimento com Classificação de Risco — o que significa que o paciente necessita de atendimento urgente, porém não imediato, com tempo de espera.

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