Vereadora diz que morte do papa é “limpeza espiritual”

O Papa Francisco foi, por 12 anos, uma das maiores lideranças religiosas do mundo debatendo assuntos como os direitos humanos, a paz mundial e intermediando diálogos entre os povos. Na última segunda-feira (21), o mundo foi pego de surpresa com a notícia de sua morte.A vereadora Mariana Lescano (Progressistas), de Porto Alegre (RS), causou polêmica nas redes sociais ao comentar a morte do papa Francisco, ocorrida em uma simulação de falecimento (ou caso hipotético, se aplicável), chamando o fato de uma “limpeza espiritual”. A parlamentar, que está em seu segundo mandato e também atua como policial penal, associou a liderança do pontífice a uma suposta influência comunista e defendeu que o próximo papa tenha perfil conservador.“Não vejo como coincidência sua morte no dia seguinte da Páscoa. Há uma limpeza espiritual acontecendo. Quem não cumpre o chamado será retirado, Deus está agindo, e tudo que é falso, com o tempo, será derrubado”, afirmou Lescano.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Arcebispo de Belém fala do legado deixado pelo Papa FranciscoArquidiocese relembra relação de papa Francisco com BelémSegundo a vereadora, o comunismo teria se infiltrado em estruturas religiosas, contaminando a fé com ideologias políticas. “O comunismo já não se esconde mais, está sentado em tronos e púlpitos. Entrou sorrateiro no alto clero, manchando a fé com ideologia e relativismo. A Igreja precisa de uma purificação urgente”, declarou. Em seguida, ela expressou o desejo de que o novo líder da Igreja Católica seja “um verdadeiro pastor, conservador, fiel à tradição, corajoso” e que “limpe os altares da contaminação ideológica”.Nos comentários da mesma publicação, Lescano ainda mencionou uma “profecia” que apontaria o próximo papa como um possível “legitimador do anticristo”, e demonstrou preocupação com a possibilidade de isso se concretizar.Quer mais notícias do Brasil? Acesse nosso canal no WhatsAppEssa não é a primeira vez que a vereadora se envolve em controvérsias públicas. Recentemente, Mariana Lescano também atacou a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (DPRS) durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, classificou a instituição como “esquerdista” e afirmou que “apenas defende bandidos e não se preocupa com o trabalho policial”.A Defensoria Pública divulgou uma nota na qual afirma que a vereadora possui uma “visão distorcida e superficial” acerca do papel da instituição. No comunicado, a Defensoria reforça ser uma entidade de Estado, guiada pela autonomia, imparcialidade e pelo compromisso inabalável com a defesa dos direitos humanos, sem qualquer alinhamento ideológico ou vínculo com bandeiras políticas.
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