Dólar despenca nesta terça (11) em mais de 1% com ataques de Trump ao Fed e tensões comerciais

Valor do dólar despenca nesta terça-feira (22)

Valor do dólar despenca nesta terça-feira (22), após Trump xingar o presidente do Fed (Banco Central dos EUA) – Foto: Deny campos/Arte/ND

O valor do dólar fechou o dia em queda nesta terça-feira (22), conforme o Banco Central do Brasil. Pela manhã, a moeda norte-americana estava custando R$ 5,88. Na quinta-feira (10), o fechamento ficou em R$ 5,80.

O dólar registrou queda acentuada nesta terça-feira (22), recuando mais de 1% frente ao real no retorno do feriado prolongado. O movimento acompanhou a desvalorização da moeda americana em mercados emergentes, impulsionado pelas duras críticas do presidente Donald Trump ao Federal Reserve (Fed).

Em declarações inflamadas, Trump chamou Jerome Powell, presidente do banco central americano, de “Sr. Tarde Demais” e “grande perdedor”, acusando-o de não cortar juros com a agressividade necessária.

Às 17h04 (horário de Brasília) desta terça-feira (22), o dólar à vista operava em baixa de 1,37%, cotado a R$ 5,7272 na compra e na venda. Na B3 (Bolsa de Valores brasileira), o dólar para maio, atualmente mais líquido, caía 1,32% com 5.7360 pontos.

Confira o valor do dólar hoje

Dólar comercial

Usado em negociações internacionais e operações financeiras.

  • Compra: R$ 5,727
  • Venda: R$ 5,727

Dólar turismo

Voltado para viagens e compras no exterior, sua cotação inclui impostos e taxas.

  • Compra: R$ 5,802
  • Venda: R$ 5,982

O que fez o dólar cair?

A pressão pública de Trump sobre o Fed não é novidade – ele já chegou a defender a demissão de Powell –, mas suas últimas declarações reforçaram os temores de uma desaceleração econômica nos EUA caso as taxas de juros não sejam reduzidas. Esse cenário de instituições monetárias sob ataque contribuiu para a fragilização do dólar no mercado global.

Apesar da desvalorização expressiva, o dólar encontrou algum suporte em fatores locais. O discurso firme do presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, sobre o combate à inflação, combinado com a saída de capitais estrangeiros da Bolsa e a falta de novos influxos, impediram uma queda ainda mais acentuada da moeda norte-americana frente ao real.

Analistas destacam que o dólar opera em um terreno particularmente vulnerável, com os investidores ainda digerindo os riscos de uma escalada nas tarifas comerciais impostas pelos EUA. A perspectiva de uma guerra comercial global continua a pairar sobre os mercados, mantendo a aversão ao risco e limitando os movimentos mais expressivos das moedas emergentes.

O comportamento do dólar nesta semana reflete a combinação de fatores complexos:

  • Pressão política: Ataques de Trump ao Fed minam a confiança na política monetária americana
  • Riscos globais: Tensões comerciais seguem como principal preocupação dos investidores
  • Contexto local: Postura dura do BC brasileiro e fluxo cambial limitado contêm maiores oscilações

Enquanto o mercado avalia os desdobramentos das políticas monetárias e comerciais, a moeda norte-americana deve manter trajetória volátil. Os próximos capítulos dessa história dependerão tanto das decisões do Fed quanto da capacidade do governo americano em evitar uma guerra tarifária de grandes proporções – dois fatores que seguem sob o olhar atento de investidores em todo o mundo.

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