Opinião: “Como as redes sociais alimentam a polarização e destroem o senso crítico”

A polarização política no Brasil não apenas fragmenta opiniões, mas limita a capacidade de análise. Vivemos tempos em que argumentos parecem prontos e previsíveis, moldados para agradar às bolhas onde cada indivíduo se insere. Questionar essas narrativas tornou-se incomum, quase indesejável, enquanto a reflexão independente e o senso crítico cedem espaço ao conforto de discursos alinhados às próprias convicções.

As redes sociais intensificam esse fenômeno ao criar ambientes personalizados por algoritmos que privilegiam o que já concordamos. Nesse cenário, o contraditório é minimizado, reforçando a ideia de que o mundo se resume ao que é mostrado na própria timeline. Isso gera uma ilusão de unanimidade, onde percepções são tratadas como verdades absolutas. O resultado é uma erosão do debate público, que se torna repetitivo, restrito e cada vez mais desconectado da complexidade do mundo real.

Enquanto isso, as dinâmicas econômicas seguem indiferentes às certezas virtuais. Inflação persistente, juros elevados e desvalorização cambial são elementos que exigem uma análise cuidadosa, considerando seus impactos e origens. Porém, em meio a um debate dominado por polarizações, as discussões sobre esses temas frequentemente perdem a profundidade necessária, substituídas por justificativas que se moldam às narrativas políticas.

A capacidade de avaliar políticas públicas e decisões econômicas de maneira crítica é fundamental para entender suas implicações mais amplas. Isso exige olhar além das soluções superficiais e considerar quem realmente é beneficiado ou prejudicado por cada escolha. Esse tipo de análise só é possível fora das bolhas, onde o contraditório não é apenas tolerado, mas essencial para uma compreensão mais completa.

O desafio é resgatar a pluralidade de ideias, ultrapassando as barreiras impostas pelos algoritmos e pelas polarizações. Isso não é apenas uma questão de preferências políticas, mas de uma necessidade maior: compreender a realidade de forma ampla e fundamentada, sem as distorções impostas pelas bolhas digitais e suas certezas absolutas.

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