Procuradora mostra cena de suicídio em sessão do STF e irrita Toffoli

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli se irritou com a transmissão de uma cena de suicídio durante a sessão plenária desta 5ª feira (20.mar.2025). A cena foi exibida originalmente em uma reportagem da TV Globo durante um incêndio no Edifício Andorinha, em 1986, no Centro do Rio de Janeiro.

“Como relator, eu não tinha ciência de que seriam retransmitidas essas imagens. Se eu soubesse, eu não aceitaria”, declarou Toffoli.

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Ele também disse que o próprio diretor de jornalismo da TV Globo à época, Armando Nogueira, em entrevista posterior à transmissão, declarou que se arrependeu de transmitir as imagens e que, hoje em dia, “jamais” as exibiria.

Antes do fim da exibição da reportagem, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, interrompeu a transmissão e disse: “Dra. Cristina, nós estamos satisfeitos. Podemos suspender a exibição, por favor”. Em seguida à fala de Toffoli, Barroso suspendeu a sessão, passando para o intervalo.

Assista (1min 53s):

O julgamento desta 5ª feira (20.mar) discute a cobrança de taxas pela prevenção de incêndios em Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Toffoli é o relator da ação contra a norma que prevê a taxa no Rio Grande do Norte.

A cena em questão foi transmitida ao vivo pela TV Globo no ano de 1986, durante um incêndio no Edifício Andorinha, no Centro do Rio de Janeiro. Mais de 20 pessoas morreram na ocasião. Algumas no incêndio e outras ao pularem do edifício em situação de desespero. 

A cena exibida pela procuradora do Rio de Janeiro Cristina Siqueira Dias mostrava exatamente esse momento. Ela usou a reportagem para embasar o seu argumento de que a tragédia havia se dado por falta de equipamentos. 

Ela alegou que, hoje, o caso não se repetiria, exatamente por causa das taxas que condicionam uma melhoria na estrutura de combate aos incêndios. 

“Quero relembrar com esse vídeo a importância que foi a taxa de Corpo de Bombeiros para a estruturação do Estado para que não aconteçam mais acidentes como esses”, afirmou.