Previ tem déficit de R$ 17,66 bilhões em 2024 no Plano 1

A Previ, (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), encerrou o ano de 2024 com deficit de R$ 17,66 bilhões no Plano 1. Em 2023, a fundação de previdência fechou o ano com superavit acumulado de R$ 14,5 bilhões, o que compensou em parte o resultado de 2024, que teve saldo final negativo de R$ 3,16 bilhões.

Os resultados para os 12 meses de 2024, divulgados na 5ª feira (13.mar.2025), foram de deficit por causa do “cenário desafiador” do ano, segundo afirmou o presidente da entidade, João Fukunaga, em mensagem aos associados.

Por conta do cenário desafiador que enfrentamos no ano passado, com forte oscilação nos mercados acionários e a abertura da curva de juros impactando a renda fixa, o resultado acumulado de 2024 no Plano 1 é de deficit: R$ 3,2 bilhões”, disse.

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A carteira de renda variável no Plano 1 em 2024 teve um deficit de 12%. Já os investimentos em renda fixa registraram 8,1% em ganhos. O Plano 1 rendeu 1,5%, contra a meta atuarial, estabelecida em dezembro de 2019, que é de 9,7%.

Fukunaga destacou a imunização do passivo “sem movimentos bruscos” feita pela entidade desde 2012 para reduzir a exposição aos riscos da renda variável, aumentando a fatia de renda fixa na carteira do Plano 1.

A Previ desinvestiu R$ 4,6 bilhões em renda variável e vendeu sua participação em 57 empresas, segundo Fukunaga. Além disso, investiu cerca de R$ 12 bilhões em títulos públicos federais.

Ainda assim, segundo apurou o Poder360, a Previ é o fundo de pensão com maior exposição à Bolsa em comparação com outros planos semelhantes. São 28,8% dos investimentos em ações contra 6,2% do fundo da Caixa Econômica Federal, e 5,5% do da Petrobras.

A Previ informou em fevereiro de 2025 que vem reduzindo a participação dos investimentos em Bolsa desde o início dos anos 2000. Mas ressalvou que não pretende vender ações para acelerar o processo, porque resultaria em prejuízo.

Criado em 1967, o Plano 1 opera na modalidade de Benefício Definido e conta, atualmente, com 106.757 associados, dos quais 3% estão entre a população economicamente ativa e 97% são aposentados e pensionistas. Ele é destinado aos funcionários do Banco do Brasil que ingressaram na instituição até 1997.

A gestão da Previ é alvo de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), que apura as perdas do fundo em 2024.

A entidade diz que não houve prejuízo, só rentabilidade abaixo da esperada. No entanto, as informações que apresenta ao público sobre os investimentos são obscuras.

Na mensagem aos associados, Fukunaga destacou que o patrimônio da entidade no Plano 1 é de R$ 239,43 bilhões e que, portanto, o deficit representa “um percentual muito pequeno” diante do caixa.

A oscilação que experimentamos de 2023 a 2024 é comum e até esperada nos fundos de pensão, mesmo nos mais maduros”, afirmou, acrescentando que o “deficit de 2024 já começou a ser revertido”. Segundo a Previ, janeiro de 2025 teve um superavit de R$ 1,3 bilhão no Plano 1.

Em 2024, Fukunaga foi alvo de questionamentos sobre sua qualificação para assumir a gestão da Previ.  À época, o TCU considerou que não houve irregularidades no processo que levou o sindicalista à presidência da entidade.


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