Aço e alumínio taxados: Brasil enfrenta desafio com tarifas dos EUA

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio devem ter consequências significativas para o Brasil, que é um importante exportador desses produtos. Em entrevista ao programa BM&C News, Bruno Musa, economista e sócio da Acqua Vero, destacou que a medida tende a desestimular o livre comércio e gerar impactos inflacionários globais.

Impacto econômico e estratégico das tarifas

Musa apontou que, segundo estimativas da Organização Mundial do Comércio (OMC), a cada 5% de tarifa adicional sobre produtos, pode haver uma redução de até 3,5% no crescimento do PIB global. Segundo ele, “tarifas são inflacionárias por natureza, pois desestimulam o comércio e incentivam empresas ineficientes a se manterem no mercado“.

O economista ressaltou que a decisão dos Estados Unidos está alinhada a um movimento geopolítico maior, relacionado à busca por manter sua soberania monetária. Para ele, a imposição dessas tarifas pode ser um indício de que os EUA estão tentando reforçar seu controle sobre o sistema econômico global, diante do aumento da dívida do país e da crescente concorrência de outras economias.

Empresas brasileiras são afetadas com as tarifas?

O setor de aço e alumínio do Brasil deve sentir os efeitos da medida de forma desigual. Empresas que dependem da exportação para os EUA poderão enfrentar uma redução na demanda e pressão sobre suas margens de lucro. Por outro lado, Musa observa que empresas como a Gerdau, que tem grande parte de sua produção nos Estados Unidos e gera receita em dólar, devem ser menos impactadas.

Ainda assim, o Brasil como um todo pode sofrer reflexos negativos, uma vez que a menor competitividade no setor pode levar a demissões e menor dinamismo na indústria metalúrgica nacional. “O impacto é direto e inevitável“, alerta Musa.

Postura do governo brasileiro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já se reuniu com representantes do setor e anunciou que será elaborada uma nota técnica sobre o impacto da medida. Segundo Musa, a posição do governo brasileiro reflete um receio de retaliação econômica por parte dos EUA. “O Brasil não está em uma posição de força. Evitar confronto com os americanos parece ser mais uma estratégia de sobrevivência do que uma escolha política“, afirmou.

Com o cenário ainda indefinido, Musa recomenda que investidores e empresas do setor acompanhem de perto os desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos. Qualquer alteração adicional nas tarifas pode ter efeitos amplos, tanto para a indústria quanto para a economia brasileira como um todo.

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