Motta defende “pacificação” e critica “enfrentamentos vazios”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu “pacificação nacional” e criticou “radicalismos” e “enfrentamentos vazios” em publicação no X nesta 5ª feira (13.mar.2025). 

“Nossa bandeira é a do diálogo permanente e da busca da pacificação nacional. O Brasil não pode ficar numa agenda de radicalismos, de enfrentamentos vazios. O tempo está passando e nós temos que colocar o país onde ele realmente deve estar, discutindo o que importa”, disse.

Para Motta, é preciso se afastar de “discussões que tomam nossa energia e não produzem nada positivo para o país”. O congressista disse que a impressão é de que estão “alheios a um Brasil que tem mais de 200 milhões de pessoas”.

O recado não foi para ninguém específico, segundo apurou o Poder360. A “pacificação” e a bandeira do “diálogo” são termos que Motta tem repetido em seus discursos. Em evento na 4ª feira (12.mar), deu esse tom a seu discurso.

Ele falou que o governo precisa de responsabilidade fiscal, criticou a taxa de juros e disse que o ministro Fernando Haddad precisa de mais apoio interno do que externo. Destacou, ainda, que o Congresso Nacional tem aprovado as medidas econômicas enviadas à Casa.

IMPASSES

Apesar da publicação não ter sido um recado, a Câmara vive cenário de disputa política intensa. Mais de 1 mês depois da eleição da Mesa Diretora, em 1º de fevereiro de 2025, a Casa ainda não instalou as comissões por causa de impasses entre a esquerda e a direita.

O PT quer barrar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de presidir a Credn (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) por causa de sua atuação nos Estados Unidos. 

Desde a eleição do presidente Donald Trump (Partido Republicano), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ido constantemente aos Estados Unidos e atuou em prol da aprovação, no Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, da lei que pode atingir o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O PL ainda estuda pedir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em uma tentativa de devolver à comissão o projeto de anistia aos condenados do 8 de Janeiro –hoje, o texto está designado a uma comissão especial que não foi instalada ainda. 

O partido de Bolsonaro também tem interesse nas comissões dos Direitos Humanos e da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais. Hoje, quem as preside, respectivamente, são Daiana Santos (PC do B-RS) e Dilvanda Faro (PT-PA).

Havia a expectativa de que o Psol ficasse com a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, mas o PL teria manifestado interesse por causa da realização da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em Belém, no Pará.

Esses impasses fizeram com que a instalação das comissões fosse adiada para 4ª feira (19.mar). Os líderes têm até 3ª feira (18.mar) para fazer suas indicações. Os colegiados são importantes porque é por onde os projetos começam a ser discutidos na Câmara.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.