A solução de 700 anos para economizar água que o mundo precisa hoje

A solução de 700 anos para economizar água que o mundo precisa hoje

A água sempre foi um recurso essencial para o desenvolvimento das civilizações, e a Alhambra, em Granada, Espanha, é um exemplo notável de como esse recurso foi utilizado de forma inovadora. Construído no século 13 pelos mouros, este complexo palaciano é um testemunho da arquitetura islâmica e da engenharia hidráulica avançada. Situada no alto do Monte Sabika, a Alhambra enfrentava o desafio de transportar água até sua localização elevada, o que levou à criação de soluções engenhosas.

Para garantir o abastecimento de água, os engenheiros mouros desenvolveram a Acequia Real, um canal que trazia água de fontes distantes para alimentar os jardins e fontes do complexo, segundo o site Brasil Perfil. Essa infraestrutura transformou a Alhambra em um verdadeiro oásis, refletindo a capacidade dos mouros de integrar tecnologia e estética de maneira harmoniosa.

Como funcionava o sistema de água da Alhambra?

O sistema de água da Alhambra começava bem antes de alcançar o palácio. A Acequia Real, com cerca de 6 km de extensão, captava água do rio Darro. A água era desviada por uma barragem e transportada ao longo do canal, superando a gravidade até chegar ao topo da colina. Durante o percurso, a água passava por um complexo sistema de rodas d’água e aquedutos, que a elevavam a diferentes níveis.

Essa rede distribuía a água por meio de grandes piscinas, cisternas e tubos de cerâmica, não apenas suprindo as necessidades básicas do palácio, mas também transformando os jardins do Generalife em uma obra-prima de paisagismo. O sistema não era apenas funcional, mas também esteticamente integrado ao ambiente, evidenciando a habilidade dos mouros em harmonizar tecnologia e beleza.

Quais são as características da Fonte dos Leões?

Um dos elementos mais icônicos da Alhambra é a Fonte dos Leões, localizada no centro do Palácio dos Leões. Esta estrutura é um exemplo claro da engenhosidade dos engenheiros mouros. A fonte é sustentada por doze leões esculpidos em mármore, de onde a água flui para quatro canais no piso do pátio, simbolizando os quatro rios do paraíso. Esses canais não eram apenas decorativos; eles desempenhavam um papel crucial no resfriamento dos pátios, proporcionando conforto térmico em uma região conhecida por suas altas temperaturas no verão.

A solução de 700 anos para economizar água que o mundo precisa hoje
Fonte dos Leões (Créditos: depositphotos.com / fotografiecor)

O design da Fonte dos Leões exemplifica como os mouros não apenas dominavam a tecnologia da água, mas também a incorporavam de forma estética em sua arquitetura. A fusão de funcionalidade e beleza é uma característica marcante do legado arquitetônico islâmico na Alhambra.

Como o legado hidráulico mourisco continua a inspirar hoje?

Nos dias atuais, o sistema hidráulico da Alhambra continua a ser uma fonte de inspiração para engenheiros e cientistas. Programas de restauração, como o do canal de Aynadamar, buscam reaproveitar as técnicas antigas para promover o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental. Esse conhecimento tradicional está sendo resgatado para enfrentar os desafios contemporâneos de gestão hídrica e mudança climática.

Em eventos e congressos, como o Congresso Mundial de Engenharia e Pesquisa Hidroambiental, especialistas estudam esses antigos sistemas para extrair lições valiosas sobre sustentabilidade e conservação dos recursos naturais. As práticas dos mouros demonstram que é possível harmonizar inovação e preservação ambiental, oferecendo soluções para os desafios modernos.

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