PT cede qualquer comissão para barrar Eduardo Bolsonaro, diz líder

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que o partido está disposto a abrir mão de qualquer comissão para que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não assuma a Credn (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). A fala se deu nesta 2ª feira (10.mar.2025), no Palácio do Planalto, depois da posse de Gleisi Hoffmann (PT -PR) na Secretaria de Relações Institucionais. 

A Câmara terá uma semana tensa na questão da definição das presidências das comissões. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse no X (antigo Twitter) que estará em “diálogo com os partidos para a composição e instalação das comissões permanentes”.

O PT e o PL protagonizam o principal embate, que segura o avanço das negociações. Outros líderes partidários dizem estar aguardando a resolução entre as 2 siglas, também as maiores bancadas da Casa, para definir suas prioridades.

“Ele está usando o mandato parlamentar para constranger o Poder Judiciário brasileiro e para atacar o Brasil. Então, ele não pode, de forma nenhuma, estar à frente de uma comissão que representa o parlamento brasileiro”, disse o deputado.

O congressista Beto Richa (PSDB-PR) tem interesse em presidir a comissão. Historicamente, ela é comandada pelo PSDB, que contaria com o apoio do PT nesse movimento para barrar Eduardo. 

O líder reforçou que o PT “desiste de qualquer coisa para impedir que ele [Eduardo Bolsonaro] entre na Credn”. Para Lindbergh, Eduardo está usando o mandato para interferir em julgamentos do Supremo.

O petista disse que se Eduardo assumir a Credn, ele “vai sem passaporte” por causa da representação apresentada por Lindbergh contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

REPRESENTAÇÕES

Lindbergh e Gleisi, então presidente nacional do PT, acionaram o Conselho de Ética da Câmara e a PGR (Procuradoria Geral da República) contra o deputado. 

Desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), Eduardo visitou o país 3 vezes. Na representação, Lindbergh argumenta que o deputado, “totalmente desconectado da realidade”, está “incitando retaliações” contra o Brasil e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. 

No dia 26 de fevereiro, a Comissão de Justiça da Câmara dos EUA, equivalente à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no Brasil, aprovou um projeto de lei que propõe proibir a entrada de autoridades de fora do país que violarem os direitos estabelecidos pela 1ª Emenda da Constituição norte-americana. 

O texto, traduzido livremente em português como “Sem censores em nosso território”, segue agora para o plenário da Casa. Na prática, o projeto poderia impedir que Moraes entre no país, por causa das decisões de bloqueio às plataformas norte-americanas X (ex-Twitter) e Rumble.

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