Prefeitura passa a utilizar carvão ativado em estações de tratamento em Porto Alegre para evitar cheiro e gosto ruins


Medida acontece nos sistemas São João e Moinhos de Vento, considerados os mais críticos. Segundo prefeitura, material substituirá o dióxido de cloro nas estações com maior reclamação quanto ao aspecto da água. Segundo a prefeitura, o produto é misturado de forma gradual à água.
Luciano Lanes/PMPA
Pela primeira vez em 13 anos, a Prefeitura de Porto Alegre passou a utilizar carvão ativado no tratamento de água potável. Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) o objetivo é tentar minimizar o cheiro e gosto ruins na água, relatados por moradores.
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De acordo com o DMAE, a ação está restrita, por enquanto, aos sistemas São João e Moinhos de Vento, considerados os mais críticos. Esses dois complexos atendem 56 bairros, com cerca de 650 mil consumidores. Veja a lista de bairros abaixo.
Segundo a pasta, as alterações de gosto e odor na água são causadas por compostos produzidos pelas algas, não prejudiciais à saúde, que são encontrados nos pontos de captação no lago Guaíba.
“Os sistemas São João e Moinhos de Vento têm pontos de captação muito próximos ao rio Gravataí, que é o manancial mais afetado pela estiagem na nossa região. Nos últimos meses, trabalhamos intensamente para definir a alternativa mais adequada para esta região, considerando estudos científicos produzidos dentro e fora do país”, explica o diretor-presidente do Dmae, Bruno Vanuzzi.
Em fevereiro, o departamento já havia realizado uma ação para diminuir o mau cheiro e gosto ruim da água, aumentando a dose de cloro em 56 bairros e localidades de Porto Alegre.
Conforme a Prefeitura, o carvão ativado era utilizado em todas as Estações de Tratamento de Água (ETAs) da capital até 2012, quando a técnica foi substituída pela aplicação de dióxido de cloro, que age diferente: enquanto o carvão ativado atua por um fenômeno físico de absorção dos compostos odoríferos, o dióxido de cloro age de forma química para reduzir as alterações sensoriais na água.
Cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado serão utilizadas por dia nas Ebabs São João e Moinhos de Vento.
Luciano Lanes/PMPA
Como funciona
O DMAE explica que, para ser usado no tratamento da água, o carvão ativado é despejado em um tanque de água, onde acontece um processo de agitação para manter o carvão ativado em suspensão. Essa mistura então é colocada de forma gradual junto à água pura. Depois, o volume segue em direção às Estações de Tratamento Água (ETAs) para a sequência do tratamento, dentro dos padrões habituais.
Serão utilizados cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado por dia nas Estações de Bombeamento de Água Bruta (Ebabs) São João e Moinhos de Vento.
Segundo o DMAE, como o número de queixas é baixo nos demais sistemas (Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas), o Dmae manterá neles a aplicação da dose de 1,2 partes por milhão (ppm) de dióxido de cloro.
De acordo o departamento, são realizadas 2,4 mil análises diárias nos pontos de captação, tratamento e distribuição, e toda água fornecida é própria para consumo.
Bairros abastecidos pelo Sistema São João
Jardim Planalto, Passo das Pedras, Costa e Silva, Parque Santa Fé, Chácara das Pedras, Três Figueiras, Rubem Berta, Protásio Alves, Loteamento Timbaúva, Jardim Leopoldina, Jardim Ipu, Alto Petrópolis, Mário Quintana, Chácara da Fumaça, Vila Safira, Sarandi, Morro Santana, Jardim Itu, Jardim Sabará, Cristo Redentor, Passo da Areia, Jardim Lindoia, Boa Vista, Vila Ipiranga, Vila Floresta, São Sebastião, Anchieta, Auxiliadora, Higienópolis, Humaitá, São Pedro, Navegantes, São Geraldo, São João e Vila Farrapos.
Bairros abastecidos pelo Sistema Moinhos de Vento
Auxiliadora, Azenha, Bela Vista, Bom Fim, Centro Histórico, Cidade Baixa, Farroupilha, Floresta, Independência, Jardim Botânico, Menino Deus, Moinhos de Vento, Montserrat, Partenon, Petrópolis, Praia de Belas, Rio Branco, Santa Cecília, Santana, São João e Três Figueiras.
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