Mais de 20% dos adultos no mundo convivem com herpes genital, diz OMS

Cerca de 846 milhões de pessoas com idades entre 15 e 49 anos vivem com infecções por herpes genital no mundo, segundo estudo da OMA (Organização Mundial da Saúde). Isso significa que mais de 1 em cada 5 indivíduos nessa faixa etária convive com o vírus. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) na revista Sexually Transmitted Infections.

A cada segundo, pelo menos uma pessoa adquire uma nova infecção por herpes genital

A cada segundo, pelo menos uma pessoa adquire uma nova infecção por herpes genital – Foto: Freepik/Reprodução/ND

A pesquisa analisou informações referentes ao ano de 2020, revisões sistemáticas e modelos matemáticos para estimar a prevalência da infecção globalmente. Os resultados apontam que, a cada segundo, pelo menos uma pessoa adquire uma nova infecção por herpes genital. Anualmente, são 42 milhões de casos.

Segundo a OMS, na maioria das vezes, as pessoas que vivem com o vírus têm nenhum ou poucos sintomas. Para alguns, porém, a infecção provoca feridas e bolhas genitais dolorosas que podem ser recorrentes ao longo da vida – mais de 200 milhões de pessoas de 15 a 49 anos sofreram pelo menos um desses episódios sintomáticos em 2020, conforme a pesquisa.

O estigma em torno do herpes genital significa que o tema tem sido discutido muito pouco, apesar de afetar milhões de pessoas globalmente – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Apesar de afetar milhões, herpes genital é pouco discutido

Os autores do estudo chamam a atenção para a necessidade de novos tratamentos e vacinas para reduzir os efeitos adversos do vírus, que atualmente não tem cura.

“O estigma em torno do herpes genital significa que o tema tem sido discutido muito pouco, apesar de afetar milhões de pessoas globalmente. Não foi feito o suficiente para lidar com essa infecção comum”, disse em nota Sami Gottlieb, oficial médico do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS e um dos autores do relatório.

Para ele, a pesquisa e o investimento no desenvolvimento de novas vacinas e terapias contra o herpes, bem como o acesso a essas medidas, podem desempenhar um papel crítico na melhoria da qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.

Outro ponto importante, afirmam os pesquisadores, é controlar a disseminação do vírus. Isso porque, embora na maioria das vezes não cause grandes problemas, o herpes genital pode ocasionalmente levar a complicações sérias, como herpes neonatal – condição em que a mãe transmite o vírus para o bebê durante o parto.

Dois tipos do vírus: herpes genital e herpes oral

Já o HSV-1 é mais comum na infância, sendo transmitido por saliva ou contato pele a pele, causando herpes oral com feridas na boca – Foto: Dr. Herrmann via Public Health Image Library of the Centers for Disease Control and Prevention

O vírus herpes simplex (HSV) possui dois tipos principais: HSV-2 e HSV-1. Segundo a OMS, o HSV-2 é mais grave em termos de saúde pública, pois causa 90% dos surtos sintomáticos de herpes genital, apresenta alta recorrência e triplica o risco de contrair HIV. Em 2020, cerca de 520 milhões de pessoas conviviam com esse tipo de infecção, transmitida durante a atividade sexual.

Já o HSV-1 é mais comum na infância, sendo transmitido por saliva ou contato pele a pele, causando herpes oral com feridas na boca. Ele também pode ser adquirido sexualmente, levando a infecções genitais na adolescência ou idade adulta. Estima-se que 376 milhões de pessoas tiveram infecções por HSV-1 em 2020. Desses, acredita-se que 50 milhões também contraíram o HSV-2, pois é possível ter os dois tipos ao mesmo tempo.

O estudo atualiza as estimativas anteriores da OMS, estabelecidas com dados de 2012 a 2016. Segundo o relatório, embora a prevalência de HSV-2 genital tenha permanecido estável entre 2016 e 2020, as infecções genitais por HSV-1 aumentaram.

Medidas de prevenção do herpes genital

O uso correto e consistente de preservativos reduz os riscos de transmissão – Foto: James Tavares/Secom-SC/ND

Atualmente, a OMS indica as seguintes medidas de prevenção:

– Embora não seja totalmente eficaz para impedir a disseminação do vírus, o uso correto e consistente de preservativos reduz os riscos de transmissão;

– Pessoas com sintomas ativos devem evitar contato sexual com outras pessoas, pois o herpes é mais contagioso quando há feridas;

– Pessoas com sintomas de herpes genital devem ser submetidas a testes de HIV e, se necessário, profilaxia pré-exposição para prevenção do HIV.

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