Variação do dólar impactou em R$ 59 bi o lucro da Petrobras, diz Magda

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta 5ª feira (27.fev.2025) que a variação do dólar no ano passado trouxe um impacto contábil de R$ 59 bilhões no resultado da estatal em 2024.

Em conversa com jornalistas, a executiva explicou que a valorização da moeda norte-americana pressionou os índices financeiros da companhia por causa de dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. Chambriard disse que apesar de ser um valor alto, não preocupou a companhia, que foi capaz de apresentar um fluxo de caixa sólido no período. Em 2024, o fluxo de caixa da estatal foi de R$ 204 bilhões.

Ao mesmo tempo em que a valorização pressionou as contas, o recuo do dólar nos primeiros meses de 2025 terão um impacto positivo no balanço do 1º trimestre. Segundo a executiva, a perda de valor da moeda norte-americana já enseja em um efeito contábil de R$ 11 bilhões nos 3 primeiros meses do ano.

“A variação do dólar ensejou um impacto no lucro da companhia ao longo do ano de R$ 59 bilhões. É um valor imenso, mas ele é totalmente contábil e não tem efeito no caixa. A gente fechou o ano em R$ 6,19 e hoje estamos em R$ 5,75. Nesse retrocesso, já temos um lucro para o 1º trimestre da ordem de R$ 11 bilhões, também sem efeito de caixa, mas todos esses efeitos mostram que o que influencia mesmo é o fluxo de caixa”, disse Chambriard.

No ano passado, o dólar comercial registrou uma alta histórica ao bater R$ 6,27 em 18 de dezembro de 2024. No acumulado do ano passado, a moeda norte-americana valorizou 27,3% ante o real.

RESULTADO EM 2024

A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões em 2024, segundo balanço financeiro publicado na 4ª feira (26.fev). O montante é 70,6% inferior ao reportado em 2023, quando a estatal lucrou R$ 124,6 bilhões. Foi o 1º resultado anual da companhia sob a gestão de Magda Chambriard. Eis a íntegra dos resultados (PDF – 1 MB).

Segundo a petroleira, o resultado foi impactado por “eventos exclusivos”, como a adesão da empresa ao edital de contencioso tributário que encerrou disputas judicias que envolviam a Petrobras e a variação cambial em dívidas entre a estatal e suas subsidiárias no exterior. A Petrobras calculou que sem esses “eventos exclusivos” o lucro seria de R$ 103 bilhões –19,7% abaixo do ano anterior.

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