Inflação nos EUA sobe 0,3% em novembro, dentro das expectativas do mercado

O índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos avançou 0,3% em novembro na comparação mensal, confirmando as projeções do mercado. O resultado representa uma leve aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice havia subido 0,2%.

O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também registrou alta de 0,3%, em linha com as expectativas dos analistas.

Na comparação anual, o núcleo da inflação permaneceu estável em 3,3%, repetindo o número de outubro e dentro das projeções do mercado. Já a medida geral do CPI avançou para 2,7%, ante 2,6% no mês anterior, ficando alinhada com o consenso dos analistas, que previam o mesmo percentual.

O resultado sinaliza que a inflação nos Estados Unidos continua em trajetória de desaceleração gradual, mas ainda se mantém acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed).

Impacto nos mercados e próximos passos do Fed

Os dados de novembro reforçam a percepção de que o processo de controle da inflação nos EUA avança de forma moderada. A manutenção do núcleo em 3,3% indica que os preços seguem sob controle, mas a leve alta na medida geral para 2,7% sugere que o banco central americano deve manter uma postura cautelosa nas próximas decisões de política monetária.

O mercado aguarda agora os próximos movimentos do Fed, que deve levar os dados mais recentes em consideração ao avaliar a necessidade de ajustes na taxa de juros em 2024.

Apesar da inflação sob controle, analistas alertam que a política monetária restritiva do Fed continuará impactando a economia nos próximos meses. A desaceleração esperada no núcleo e na medida geral pode abrir caminho para cortes graduais na taxa de juros ao longo de 2024, caso os dados continuem convergindo para a meta de 2%.

Opinião especialistas

Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os dados de inflação vieram em linha com o esperado, com pressões pontuais em energia elétrica e alimentação fora de casa, enquanto a moradia desacelerou para 0,3%, mas segue elevada em 4,7%. Cruz destacou também a alta de 2% nas vendas de carros usados, após meses próximos de deflação. “Os números não pressionam o Federal Reserve, que deve cortar os juros em 0,25% na próxima semana, mas provavelmente sinalizará uma pausa em janeiro para avaliar o cenário político americano”, concluiu.

Para Fábio Fares, especialista em análise macro, o núcleo do CPI, que avançou 0,31% mês a mês, atingiu o limite superior da faixa de previsão, mas veio dentro de um patamar considerado aceitável tanto para o mercado quanto para o Federal Reserve. “A preocupação era com um resultado mais forte, o que não se confirmou. Assim, o Fed deve cortar os juros em 0,25% na próxima semana e sinalizar uma pausa por ora, levando em conta que a próxima reunião será em 29 de janeiro, após a posse de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro”, explicou Fares.

Já para Marco Prado, apresentador do Pre-Market, o resultado do CPI dos Estados Unidos veio sem grandes surpresas, ficando em linha com as expectativas do mercado. “O número reforça que o Banco Central Americano está conduzindo os juros de forma esperada, aumentando a probabilidade para um corte de 0,25% na próxima reunião. Aqui no Brasil o dado não fez muito efeito porque o mercado está mais focado nos fatores políticos, que têm influenciado as decisões e expectativas dos investidores”, destacou Prado.

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