Desemprego sobe e especialistas explicam: sazonalidade ou algo mais grave?

"Brasil tem taxa de emprego maior, que é bom, mas as custas de quê?", diz analista

O mercado de trabalho brasileiro apresentou uma leve piora no trimestre encerrado em janeiro de 2025, com a taxa de desemprego subindo para 6,5%, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2024, quando estava em 6,2%. Apesar da elevação recente, a taxa de desocupação ainda está 1,1 ponto percentual abaixo do mesmo período do ano passado, quando era de 7,6%, evidenciando um cenário de recuperação gradual. A população desocupada cresceu 5,3% no trimestre, passando de 6,8 milhões para 7,2 milhões de pessoas, o que indica uma maior dificuldade de absorção da força de trabalho no curto prazo.

Ao mesmo tempo, a população ocupada, que reúne aqueles que estão empregados formal ou informalmente, registrou uma leve queda de 0,6% no trimestre, o que representa 641 mil pessoas a menos com algum tipo de trabalho. No entanto, na comparação anual, houve um crescimento de 2,4%, com 2,4 milhões de pessoas a mais trabalhando do que no mesmo período de 2024. A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui desempregados, subocupados e aqueles que gostariam de trabalhar mais horas, manteve-se praticamente estável no trimestre, passando de 15,4% para 15,5%, mas recuou 2,0 pontos percentuais no ano, refletindo um melhor aproveitamento da mão de obra ao longo de 2024.

Outro ponto de destaque nos dados do IBGE é o aumento no rendimento médio real habitual, que atingiu R$ 3.343 no trimestre encerrado em janeiro, marcando um avanço de 1,4% em relação ao trimestre anterior e 3,7% na comparação anual. Esse crescimento reflete a recomposição salarial em alguns setores e a inflação sob relativo controle, permitindo um ganho no poder de compra dos trabalhadores. Entretanto, o cenário ainda apresenta desafios, especialmente no setor informal, onde 38,3% da população ocupada atua sem carteira assinada ou sem registro oficial, um leve recuo em relação ao trimestre anterior, mas ainda um número expressivo dentro da economia brasileira.

Opinião dos especialistas sobre os dados da Pnad

O economista Guilherme Sousa, da Ativa Investimento, destaca que “é comum que a taxa de desemprego aumente em janeiro devido à sazonalidade do mercado de trabalho, uma vez que as contratações temporárias realizadas no fim do ano são desfeitas logo após o período festivo, ao passo que o mercado de trabalho segue mostrando intensa força“.

Já o economista Leonardo Costa, do ASA, o dado “indica estabilidade do mercado de trabalho nos últimos meses, com desemprego pouco pior do que o observado no terceiro trimestre de 2024 e sem crescimento da população ocupada“. E concluiu que a “expectativa é de desaceleração bastante gradual da atividade doméstica no começo de 2025“.

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