Completando 21 anos de avenida, Bloco Muriçocas do Miramar deve arrastar mais de 300 mil foliões em João Pessoa hoje

A atração mais aguardada pelo público no pré-carnaval de João Pessoa completa hoje 21 anos de avenida. O Bloco Muriçocas do Miramar ganha a Avenida Epitácio Pessoa arrastando atrás de si mais de 300 mil foliões. O presidente do bloco, Mestre Fuba, contou à Redação do ClickPB que a expectativa para a saída do bloco é sempre positiva, pois para ele, mais do que um bloco, as Muriçocas se tornaram um movimento cultural “que acabou se transformando numa celebração da alegria”.

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Ele lembra que o bloco já homenageou Ariano Suassuna, Sivuca, Elba Ramalho, Chico Cesar, Geraldo Vandré entre outros. “Já homenageamos o Teatro, o Cinema e o Circo. Lembro que ao homenagear o circo transformamos a Epitácio Pessoa em um grande picadeiro. Em cada esquina tinha algum artista fazendo alguns malabares. Um mágico foi no meu trio trazendo a ilusão. Colocamos um cabo de aço entre um poste e outro onde artistas se equilibravam. A figura do palhaço se espalhou pela rua e no final da Epitácio instalamos um globo da morte. Foi um ano bem plástico”, relembrou Fuba.

Em 2025, será a vez de homenagear Zezita Mattos, a dama do Teatro Paraibano que influenciou toda uma geração que hoje atua em cinema e novelas. “O artista plástico Tayrone Arruda foi o escolhido para fazer o estandarte. Vale a pena lembrar que as Muriçocas trazem para a avenida uma exposição, que hoje tem 39 obras de artistas plásticos paraibanos, levando o nome da nossa cidade para o resto do mundo”, comemora o artista.

Mestre Fuba conta que, já no segundo ano do bloco, ele percebeu que existia no inconsciente do pessoense essa vontade de brincar o Carnaval. “João Pessoa teve um grande Carnaval de corso e os clubes se disputavam entre si. Com a proibição do corso, os carnavais de clube foram definhando até desaparecer de vez”, lamenta.

As primeiras Muriçocas

O primeiro percurso das Muriçocas em 1987 não levou mais do que 40 amigos foliões. No segundo ano, Fuba investiu na confecção de 500 camisetas, desenhadas por Clóvis Mendes, que acabou virando logomarca do bloco. “O marketing era: quem tiver de camiseta ou fantasiado terá chopp de graça. Não sei se pelo chopp ou pela vontade de regressar aos velhos carnavais, já foi um grande sucesso”, relembra.

Ela conta que batizou a data como “quarta-feira de fogo” e começou a tradição de homenagear artistas paraibanos em camisetas, estandartes ou mesmo no contexto do bloco. Os primeiros blocos que acabaram fundando o Folia de Rua, que saíram primeiro dentro das Muriçocas.

“Quando lancei o LP em 1991, a música ajudou a propagar a alegria que trazíamos, mexendo com a alma do pessoense. Floresceu um pouco do orgulho e autoestima no paraibano, acordando a cidade para um novo modelo de Carnaval”, festejou o artista.

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