Luca de Meo deixa comando da Renault após cinco anos e mira liderança do grupo Kering, dona da Gucci

Luca de Meo deixará o comando da Renault após cinco anos de reestruturações marcantes. O anúncio foi feito pela montadora francesa em 15 de junho, informando que o executivo italiano deixará oficialmente o cargo em 15 de julho. A decisão, segundo comunicado da Renault, partiu do próprio De Meo, que busca novos desafios fora da indústria automotiva. A imprensa francesa aponta que ele deve assumir a presidência-executiva do grupo de luxo Kering, dono de marcas como Gucci e Yves Saint Laurent.

Pontos Principais:

  • Luca de Meo deixará a presidência da Renault em 15 de julho após cinco anos no cargo.
  • Executivo liderou a estratégia “Renaulution”, com foco na eletrificação e redesenho global da marca.
  • Renault 5 e Alpine 100% elétrica marcaram a transformação durante sua gestão.
  • É cotado para assumir a Kering, grupo de luxo dono da Gucci e Balenciaga.

O executivo assumiu a liderança da Renault em 2020, após passagens por empresas como Fiat e Seat-Cupra. Desde então, liderou um amplo processo de reformulação da montadora, iniciado com o plano estratégico batizado de “Renaulution”, que reorganizou a estrutura interna do grupo e reposicionou suas marcas no mercado global. Durante sua gestão, a Renault lançou modelos elétricos, como o Renault 5 E-Tech, e investiu na eletrificação da Alpine, transformando-a em marca de desempenho totalmente elétrica.

A Renault anunciou a saída de Luca de Meo da presidência a partir de 15 de julho, encerrando um ciclo de cinco anos marcados por inovação e reposicionamento - Foto: Alexander Migl / Wikipedia
A Renault anunciou a saída de Luca de Meo da presidência a partir de 15 de julho, encerrando um ciclo de cinco anos marcados por inovação e reposicionamento – Foto: Alexander Migl / Wikipedia

De Meo também atuou para redefinir a aliança com a Nissan, abrindo espaço para maior autonomia entre os parceiros. Além disso, presidiu a ACEA (Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis), em um momento em que a indústria enfrentava a concorrência crescente de marcas chinesas e a pressão por veículos mais acessíveis e sustentáveis.

Impacto da gestão e mudanças estratégicas

O período sob a liderança de Luca de Meo foi marcado por mudanças estruturais profundas. A estratégia Renaulution trouxe alterações no portfólio da marca, com foco em rentabilidade e inovação. Entre as medidas adotadas estão o lançamento de SUVs estratégicos e a reorganização das marcas do grupo para atender diferentes nichos de mercado.

Na frente tecnológica, a Renault avançou no desenvolvimento de carros elétricos urbanos e redesenhou suas prioridades industriais. A marca Alpine ganhou protagonismo como divisão de veículos esportivos elétricos, e o Renault 5 foi reposicionado como modelo compacto com apelo nostálgico e urbano, alinhado às metas ambientais da União Europeia.

O relacionamento com a Nissan também passou por uma reconfiguração. A aliança que já havia enfrentado tensões após a prisão de Carlos Ghosn ganhou novo fôlego sob a liderança de De Meo, que buscou tornar a parceria mais equilibrada, preservando a identidade e os interesses das empresas envolvidas.

Saída e possível futuro no setor de luxo

A Renault comunicou que a saída do executivo está alinhada a um plano de sucessão previamente estabelecido. O presidente do conselho, Jean-Dominique Senard, elogiou publicamente a atuação de De Meo, qualificando-o como uma liderança eficiente no processo de modernização da empresa. A montadora ainda não anunciou oficialmente seu substituto, mas indicou que o processo de transição será iniciado de forma estruturada.

Enquanto a Renault reforça sua presença na mobilidade elétrica e no mercado europeu, a possível ida de Luca de Meo para o grupo Kering levanta expectativas sobre o futuro das marcas de luxo que enfrentam desafios estratégicos. O grupo Kering, que controla grifes como Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, tem sofrido perdas significativas na bolsa e busca uma nova direção para recuperar valor e relevância no segmento global.

O jornal francês Le Figaro foi o primeiro a mencionar a possível transição de De Meo para a Kering. Embora o grupo de moda ainda não tenha feito nenhum anúncio oficial, fontes próximas ao presidente da empresa indicam que a reestruturação da liderança já está em andamento e pode envolver a separação dos cargos de CEO e presidente atualmente ocupados por François-Henri Pinault.

Perspectivas e desafios após a renúncia

A saída de De Meo ocorre em um momento em que a Renault começa a colher resultados positivos da estratégia adotada. A marca vem recuperando participação no mercado europeu, impulsionada pelos lançamentos recentes e pela adoção de soluções voltadas à eletrificação. O desafio agora será manter a trajetória sem descontinuidades, especialmente com a pressão de concorrentes asiáticos e os compromissos regulatórios da Europa.

A escolha do novo CEO será decisiva para o futuro da empresa, que aposta em modelos acessíveis e eletrificados para sustentar sua presença global. Além disso, a continuidade dos projetos ligados à mobilidade elétrica e às parcerias estratégicas dependerá da solidez da nova liderança.

A transição também representa um momento de avaliação para o setor automobilístico como um todo. A passagem de um executivo do setor automotivo para o universo da moda e do luxo sinaliza possíveis intersecções entre mercados distintos, mas cada vez mais influenciados por tendências globais como sustentabilidade, inovação digital e reposicionamento de marcas diante de públicos mais exigentes.

Fonte: Wikipedia, Quattroruote, Tgcom24 e Gazzetta.

O post Luca de Meo deixa comando da Renault após cinco anos e mira liderança do grupo Kering, dona da Gucci apareceu primeiro em Carro.Blog.Br.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.