Van Gogh em pedaços: Casal destrói homenagem ao artista; turista sentou em obra de arte sem autorização

Turistas que visitavam o Palazzo Maffei, em Verona, foram flagrados por câmeras de segurança danificando uma das obras em exibição ao interagirem com uma cadeira artística coberta por cristais. O incidente ocorreu em abril, mas só foi tornado público após a divulgação das imagens pelo museu no dia 12 de junho, como parte de uma campanha de conscientização sobre o respeito à arte. A peça, que leva o nome de “cadeira Van Gogh”, foi criada pelo artista italiano Nicola Bolla e estava em exibição sobre um pedestal.

Pontos Principais:

  • Casal caiu sobre cadeira com cristais Swarovski e danificou a obra ao posar para fotos.
  • Peça, criada por Nicola Bolla, homenageia Van Gogh e estava sinalizada para não ser tocada.
  • Museu divulgou o vídeo semanas depois para conscientizar sobre respeito à arte.
  • Direção afirmou que maioria dos visitantes age com cuidado, mas quer reforçar a educação cultural.

O vídeo mostra um homem e uma mulher se revezando para tirar fotos em frente à cadeira. Em determinado momento, o homem escorrega e cai sobre a obra, quebrando a estrutura, que teve as pernas e o assento danificados. Após o ocorrido, o casal deixou o local sem comunicar o ocorrido à equipe do museu, o que motivou os responsáveis a notificarem as autoridades locais. Até o momento, os dois visitantes não foram identificados pela polícia.

Um casal foi flagrado ao posar para fotos em uma cadeira artística e acabar quebrando a obra feita com cristais no museu Palazzo Maffei, em Verona, na Itália.
Um casal foi flagrado ao posar para fotos em uma cadeira artística e acabar quebrando a obra feita com cristais no museu Palazzo Maffei, em Verona, na Itália.

A direção do museu classificou a situação como representativa de um problema recorrente em espaços culturais: a falta de cuidado dos visitantes ao interagir com as obras. A peça quebrada foi restaurada e já voltou à exposição, mas o episódio serviu de alerta para os riscos a que estão expostos itens frágeis quando não há a devida atenção do público.

Obra danificada foi construída com cristais e estrutura oca

A “cadeira Van Gogh” é uma obra assinada por Nicola Bolla, artista conhecido por incorporar materiais inusitados em suas criações. Neste caso, o trabalho foi composto por cristais Swarovski, que cobrem a superfície externa do móvel artístico. Segundo informações do museu, os cristais são feitos de vidro polido e lapidado de forma mecânica, conferindo à peça o brilho característico.

Embora à primeira vista pareça resistente, a estrutura da cadeira é formada por um esqueleto interno oco, fixado com folhas metálicas, o que a torna suscetível a danos mesmo com pressões moderadas. Ainda assim, o museu ressaltou que o objeto não estava acessível ao toque, estando posicionado sobre uma base elevada e acompanhado de um aviso claro de que não deveria ser tocado nem utilizado.

Após a quebra, o setor de conservação do museu realizou um processo de restauração, devolvendo a obra ao seu estado original. O museu optou por manter a peça na mesma posição da galeria onde se encontrava, com o intuito de manter a proposta curatorial intacta e de preservar o contexto original da instalação.

Museu cobra mais consciência e lança apelo por respeito

O episódio levou a direção do Palazzo Maffei a reforçar o discurso de conscientização sobre o comportamento esperado dos visitantes. A diretora Vanessa Carlon destacou a importância de reconhecer a fragilidade de objetos artísticos, independentemente de sua aparência ou função aparente. Para ela, o problema não foi o acidente em si, mas a fuga do casal sem comunicar o dano.

A coordenadora científica do museu, Carlotta Menegazzo, também comentou que, embora a cadeira lembre um objeto de uso comum, estava evidente, tanto pela base quanto pela sinalização, que se tratava de uma obra artística. A escolha de exibir a gravação do incidente foi feita com o objetivo de ampliar o alcance da campanha educativa que o museu agora pretende ampliar.

A instituição, inaugurada em 2020, abriga cerca de 650 obras em seu acervo, incluindo peças de artistas renomados como Pablo Picasso, além de itens de arte antiga e moderna. A direção ressaltou que a maioria dos visitantes costuma agir de forma respeitosa, mas considera essencial reforçar a comunicação sobre os limites de interação com as obras expostas.

Repercussão e impacto para o setor cultural

A divulgação das imagens gerou repercussão nas redes sociais e na imprensa italiana, com diferentes opiniões sobre o comportamento do casal e sobre as medidas tomadas pelo museu. A decisão de tornar o caso público teve como objetivo estimular a reflexão sobre como os espaços de arte devem ser utilizados, especialmente em tempos de grande circulação de turistas.

Para especialistas em conservação e curadoria, o incidente expõe um dilema recorrente em museus contemporâneos: a aproximação crescente entre visitante e obra, muitas vezes motivada por redes sociais e registros visuais, que levam a atitudes imprudentes. O desafio está em equilibrar a acessibilidade com a proteção das peças.

A restauração da cadeira foi bem-sucedida, mas não impediu que o episódio deixasse marcas na rotina do museu. A direção do Palazzo Maffei confirmou que irá revisar seus protocolos de monitoramento e sinalização, além de planejar ações educativas voltadas ao público geral, com ênfase no valor simbólico e material das obras de arte.

Palazzo Maffei reforça papel educativo dos museus

O caso da cadeira danificada levou o Palazzo Maffei a defender um posicionamento mais ativo de museus como espaços de formação cultural e ética. A ideia da diretoria é ampliar a dimensão pedagógica das exposições, tornando explícita a mensagem de que arte não se limita à contemplação, mas exige responsabilidade.

A escolha por manter a obra exposta após a restauração, sem alterar o espaço expositivo, reforça essa proposta de educação por meio da continuidade. Ao não esconder o incidente, o museu pretende engajar seus visitantes a partir do próprio fato, ampliando o debate sobre preservação, limites e comportamento em ambientes culturais.

Além disso, o episódio será usado como referência em futuras ações educativas e visitas guiadas, a fim de demonstrar de forma concreta os riscos que obras sensíveis enfrentam e a importância da atenção do público. Para os curadores, o objetivo final é construir um ambiente mais consciente e respeitoso, sem restringir o acesso nem criar barreiras entre arte e sociedade.

Fonte: Palazzomaffeiverona, Cbsnews e Bbc.

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