Israel atinge refinarias e Ministério do Irã em nova onda de ataques

Israel e Irã trocaram ataques durante a madrugada deste domingo (15.jun.2025), causando mortes de civis e destruição em áreas residenciais nos 2 países. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), advertiu Teerã contra possíveis ataques ao seu país, ao mesmo tempo em que disse que poderia mediar um acordo para encerrar o conflito.

“Se formos atacados de qualquer forma pelo Irã, toda a força e o poder das Forças Armadas dos EUA cairão sobre ele em níveis nunca vistos antes”, escreveu Trump em uma mensagem na plataforma Truth Social, acrescentando, em seguida: “No entanto, podemos facilmente fazer um acordo entre Irã e Israel e acabar com esse conflito sangrento”.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou os ataques como “bárbaros” e afirmou que tinham como objetivo sabotar as negociações nucleares com os EUA, que estavam previstas para serem retomadas neste domingo (15.jun) em Omã – negociações que foram canceladas.

PRINCIPAIS ALVOS

Os bombardeios israelenses atingiram instalações de armas e a infraestrutura energética iraniana, incluindo a refinaria de petróleo Sharan, em Teerã, segundo a agência de notícias Reuters. 

Além disso, Israel atacou o edifício do Ministério da Defesa iraniano e o campo de gás South Pars, na província de Bushehr, no sul do país.

A escalada militar começou depois que Israel lançou bombardeios contra instalações nucleares do Irã na 6ª feira (13.jun). Autoridades israelenses afirmam que a operação visa a impedir o avanço do programa nuclear iraniano e eliminar capacidades de mísseis balísticos do país.

Em resposta, o Irã disparou mísseis contra áreas residenciais nas regiões Norte e Centro de Israel. De acordo com a Associated Press, 6 pessoas – incluindo 2 crianças – morreram em um ataque em Bat Yam,  perto de Tel Aviv, onde um míssil atingiu um edifício de 8 andares. A mídia israelense, citada pela Reuters, informou que pelo menos 35 pessoas estão desaparecidas. 

Assista a vídeo de ataque iraniano contra Israel (41s):

Exército de Israel divulga vídeo de interceptação de drone iraniano (18s):

Outras 4 pessoas morreram quando um míssil atingiu um prédio em Tamra, no Norte do país. Ao todo, portanto, são ao menos 13 mortos em Israel desde 6ª feira (13.jun) e cerca de 300 feridos.

No Irã, 78 pessoas foram mortas só no 1º dia da campanha israelense. No 2º dia de ataques, um míssil de Israel derrubou um prédio de 14 andares em Teerã, deixando pelo menos 60 mortos, incluindo 29 crianças. 

A onda mais recente de ataques iranianos contra Israel teve início pouco depois das 23h (horário local) de sábado (14.jun), quando sirenes de ataque aéreo soaram em Jerusalém e Haifa, levando cerca de 1 milhão de pessoas a buscar abrigo.

Por volta das 2h30 (horário local) de domingo (15.jun), o Exército israelense alertou sobre uma nova barragem de mísseis.

HOUTHIS

Os Houthis, do Iêmen, aliados ao Irã, disseram neste domingo (15.jun) que atacaram o centro de Israel, em Jaffa, com vários mísseis balísticos nas últimas 24 horas.

Esta é a 1ª vez que um aliado do Irã se junta ao conflito.

POLÍTICOS BRASILEIROS EM ISRAEL

O Itamaraty está em diálogo com autoridades da Jordânia para abrir uma rota de saída para as comitivas de políticos brasileiros em Israel. Em nota, o ministério afirmou que quer organizar uma saída por terra até a fronteira com a Jordânia, assim que as condições de segurança permitirem.

Entre os políticos que estão no território estão os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e de Macaé, Welberth Rezende (Cidadania).

Atualmente, existem duas comitivas de autoridades estaduais e municipais brasileiras em Tel Aviv, que viajaram ao país a convite do governo israelense. As operações do aeroporto internacional de Tel Aviv estão suspensas desde o início da crise, em razão do fechamento do espaço aéreo de Israel, do Iraque e do Irã. 

Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre”, destacou o comunicado do Itamaraty.

As delegações estaduais e municipais estavam participando de uma feira de tecnologia e segurança em Israel quando foram surpreendidas pelo início do conflito. 

Elas estão, neste momento, abrigadas em bunkers subterrâneos para se proteger dos bombardeios e dos drones vindos do Irã.


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